3 Comentários

  1. Beto, tudo jóia?

    Na minha posição de profissional de Marketing, antes de qualquer cargo no mercado financeiro, eu tenho um sentimento um pouco diferente do seu em relação aos “pastinhas”.

    Na oferta da linha de crédito, principalmente em lugares mais remotos, a figura do “pastinha” ainda (mesmo depois da crise) será muito requisitada. O poder de penetração do mesmo é incomensurável, pois as pessoas fazem negócios com quem gostam e confiam. Companheiros da mesma comunidade, bairro, rua etc…

    Os bancos não conseguem atender a essa demanda apenas em suas agências.

    Outro fator importante é que se analisarmos a cadeia, antes do pastinha temos as promotoras. Essas, por sua vez, são instituições maiores, com estrutura e naturalmente custos. Ficaria complicado para elas operarem…

    Claro que, infelizmente, o mercado está repleto de pessoas com caráter duvidoso, porém há também ótimos corretores de pequeno porte, com talento comercial e relacionamento. É necessário dividir o joio do trigo.

    Há alguns links interessantes que escrevemos sobre o assunto. Dá uma checada:

    http://www.blogdoconsignado.com.br/2008/09/o-pastinha-e-o-crdito-consignado.html

    http://www.blogdoconsignado.com.br/2008/10/desabafo-de-um-marketeiro-parte-2.html

    http://www.blogdoconsignado.com.br/2008/10/seu-nome-cb.html

    Abração

    Gabriel

  2. Author

    Olá, Gabriel,
    Concordo plenamente com a questão do Joio e do Trigo.
    Estive na África do Sul para ver a oferta de crédito para a população de baixa renda em 2001. Naquele tempo, toda essa estrutura que vemos hoje já existia, inclusive a da empresa que contrata os “pastinhas” e deles próprios.
    Dessa forma, registro que minha única preocupação é que o “agente” é movido a incentivos. Como o incentivo do “pastinha” é a comissão, ele tenderá a oferecer uma quantidade de crédito superior àquela necessária ao consumidor. Não que vá ser um cretino nem vá praticar golpes, mas assim como uma consultora de produtos de beleza, vai tentar oferecer o maior número de itens ao cliente. Isso é natural, legítimo e é o esperado.
    O problema são os reflexos dessa situação no endividamento do brasileiro e na sua capacidade de lidar com as questões de orçamento e baixa renda.
    Parabenizo você pelo seu trabalho e pela preocupação com a ética a ele afeta. Não fosse assim, nem lendo meu blog você estaria, muito menos interagindo como o faz.
    Abraço do Beto

  3. Beto,

    Não tinha conhecimento desse case de crédito barato na África do Sul. Acho interessante não só para quem está envolvido no mercado financeiro, mas também para quem é profissional de marketing em geral. Sabe que somos um pouco carentes de cases que acrescentem novas perspectivas nessa área de CDC. Esse parece um deles.

    Eu acho inclusive que esse relato daria uma ótima matéria na revista ou mesmo no blog. Acho que, assim como eu, muitos colegas ficariam curiosos e interessados. O que vc acha de amadurecermos a idéia de um post ou uma matéria colaborativa com os devidos créditos?

    Quanto aos ‘pastinhas’, muitos deles terão a oportunidade de se posicionar no mercado
    e com isso e se ver como braço importante do processo no qual ele é cobrado de produção. Quem saiba muitos não se profissionalizem né?

    De uma certa forma, todo mundo tem um pouco de culpa nesse canabalismo desenfreado do mercado. Os bancos que abriam mão dos seus spreads para fazerem carteiras, as promotoras que não trabalhavam o cliente já conquistado e assim investiam na captação e prospecção do mesmo através de seus corretores (com isso entrando na guerra de comissão).. Isso tudo colaborou para que o captador de negócios (pastinha)tivesse tanto poder em mãos…

    Abração,

    Gabriel

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