Outro comentário do Urano que eu transformo em postagem:

“Caro senhor Beto,

A inflação está dentro da meta ainda, e o atual presidente do BC já mostrou ser durão, ou seja, ele aumentará a taxa de juros se for necessário. O problema é que sem CPMF um aumento da Selic piorará a situação fiscal do Estado Brasileiro. Os senadores conseguiram colocar o país em uma sinuca de bico deixando o governo mais vunerável, já que a maior parte dos gastos não podem ser cortados. O jeito é rezar para que a inflação fique controlada em 2008 sem necessidade de choques monetários.”

Urano, gostei do “Caro senhor”!

Inicialmente, agradeço o prestígio da sua participação.
Quanto ao fato do presidente do BC ser durão, eu acho que não é só isso. Ele tem uma missão e um contrato a cumprir. Além disso, quem decide não é ele sozinho, mas o comitê (COPOM). Contudo, acho que você tem mais razão quanto à idéia de que o COPOM é “durão”.

Quanto ao final do seu comentário sobre a atuação dos Senadores, acho que não é bem assim (apesar de oposição ser feita para atazanar e não para facilitar). Não analisei de perto os dados do orçamento, mas o ralo tem um diâmetro considerável. Uma boa administração faria um bem danado a quem não gosta de pagar impostos, ou seja: todos nós que não temos acesso a “planejamento tributário” e nem a paraísos fiscais.

Sobre a reza para o controle da Inflação, só se o santo for forte. Se der zebra no cenário internacional, o dólar fica escasso e os preços sobem. Se for tudo bem, o consumo interno e as razões discutidas nas postagens anteriores também vão fazer pressão sobre os preços.
Portanto 2008 promete!

4 Comentários

  1. O mais recente texto para discussão do IPEA é sobre orçamento: http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/publicacoes/tds/td_1319.pdf . Assim não ficamos no “achismo”.

    Quanto à queda da CPMF. Escrevi senadores pois 6 parlamentares da base governista ajudaram a derrubar a contribuição. O mérito ou a culpa não é apenas dos liberais.

  2. Urano, sobre o texto do Ipea, se você já tiver feito uma análise e quiser nos agraciar compartilhando-a conosco, será muito bem-vinda.

    Vc tem razão quanto ao caso dos Senadores, apesar de nessa conta estarem alguns que estão na base do Governo porque quiseram permanecer em seus partidos. O que eu quis dizer com mais ênfase foi que (voltando ao achismo de precisão quase científica) os gastos públicos poderiam ser mais bem administrados.

    Abração!

  3. O autor do texto mostra que o aumento das despesas correntes da união foram devidas principalmente ao aumento com encargos com juros da dívida interna e a participação dadespesa de custeio no orçamento diminui no período de 1995 a 2006. Ou seja, a defesa do câmbio fixo nos custou muito caro e hoje o atual governo comete o mesmo erro. Real forte pode ser uma alegria para a classe média, mas compromete as finanças no longo prazo.

    Mas o problema do governo não é o gasto, mas sim o custo de agência. Concorda que é um caso de agente principal? E isto não é só na esfera pública. Quantas pessoas você conhece que sabe a composição dos fundos onde ela investe? Já percebeu que as fundações têm problemas de má gestão em algum momento, como a Fundação Rubem Berta, a Fundação Zerbini ou a Fundação ligada à Igreja Renascer em Cristo? Agora eu passo a bola para você. Há algum mecanismo que poderíamos utilizar para melhorar a administração tanto pública quanto privada?

  4. Urano, inicialmente, muito obrigado pelo resumo.
    Quanto à sua pergunta, estou me preparando psicologicamente para respondê-la.
    Grande Abraço.

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