Estas são as perguntas do Ricardo que se seguiram à publicação da postagem sobre a comparação PIBB x VGBL.
Acho que é importante para os novos interessados no assunto darem uma lida anteriormente na postagem inicial para, só então, voltarem a esta pergunta.
Adicionalmente, queria deixar claro que a questão tributária do PIBB11 no que se refere à isenção para movimentações até R$ 20.000,00 é um pouco discutível, embora antes de colocar o material na postagem anterior eu tenha entrado em contato com algumas corretoras e todas afirmaram ser aplicável a isenção, sem que nenhuma houvesse me dado a regulamentação relativa.
Acho o assunto um tanto quanto controverso, uma vez que, no PIBB11 é possível converter as cotas pelas ações correspondentes na integralização (não se assuste com estes termos técnicos). Assim, como não posso me responsabilizar pelos seus problemas tributários e o pessoal da Receita Federal não vai estar nem aí para o fato de você alegar que leu por aqui que seria isento até R$ 20.000,00, sugiro que, se quiser se beneficiar desta isenção, você peça esta interpretação por escrito à sua corretora ou faça uma consulta formal à Receita Federal do Brasil.
Vamos então ao comentário:
Oi Beto,
Obrigado pela resposta!
Eu não tinha levado em consideração o IR cobrado nas movimentações acima de 20k em ações e sua trajetória no tempo, tampouco a % da taxa de custódia.
Não sei se estou complicando demais minha dúvida, por isso gostaria de confirmar com você o que entendi:
1- Daqui 30 anos, levando-se em consideração que os 20k não serão corrigidos, saques acima deste valor (ou de seus respectivos valores no tempo descontando-se a inflação) terão 15% descontados de IR. Correto?
Se sim, então o VGBL seria mais vantajoso porque o IR cobrado é de apenas 10% (depois de 10 anos) e porque não corre o risco de não ser corrigido pela inflação (como aconteceria com os 20K)?
2- Por outro lado, num período de 30 anos, o PIBB deve (não é certo) render mais do que um VGBL agressivo. Correto?
Se sim, então qual modalidade ofereceria uma renda mensal mais vantajosa (mesmo que você não possa indicar nenhum investimento)?
Seria possível fazer uma comparação entre os dois (atribuindo rendimentos médios para a RF e RV e levando-se em consideração 8% de inflação)?
Espero não estar pedindo demais ou ter te deixado louco… mas desde já agradeço!
Ricardo
PS: a ‘forte pressão’ que você escreveu seria para extinguir o PIBB? e a ‘alternativa’ seria também o PIBB?
Vamos às respostas:
1 – Ricardo, considerando tudo o que escrevi antes de apresentar suas questões, vou sugerir a você que, simplesmente, desconsidere o desconto de isenção do IR para os R$ 20.000,00. Imagine que não há desconto e que você terá que pagar, daqui a 30 anos, 15% de IR sobre os ganhos do PIBB e 10% sobre os ganhos da aplicação no VGBL.
Nesse caso, fiz uma planilha que colocarei depois na página, e o que posso informar a você é que, se o valor que você aplicar for em torno de uns R$ 1.000,00 por ano, e considerar o caso em que o retorno do VGBL e do PIBB sejam idênticos (coisa que discutiremos na sua pergunta dois) o custo da custódia irá causar um bom impacto nas primeiras aplicações, pesando mais do que a taxa de administração (que supus ser de 2% a.a.) do VGBL. Nesse caso, os valores líquidos dos dois produtos serão muito próximos com uma ligeira vitória para o VGBL.
Por outro lado, se a aplicação for de uns R$ 5.000,00 por ano, o VGBL perde feio, mesmo com as alíquotas de IR mais baixas deste produto se você aplicar por mais de 10 anos (no nosso caso estamos pensando em 30 anos).
O culpado disso é a taxa de administração. Reitero que na minha simulação utilizei 2% para esta taxa e uma tarifa de custódia de R$ 10,00. Ela é o grande “x” da questão desses planos (PGBL e VGBL), que são uma forma que os bancos encontraram de “dividir” o ganho fiscal proporcionado pelo Governo.
Dessa forma, se a taxa de administração for superior ou igual a 2%, o PIBB11 me parece mais vantajoso, mesmo com uma alíquota de IR de 15%.
2 – Provavelmente sim. Não posso garantir, portanto não venha me cobrar daqui a 30 anos :). O que posso dizer é que se você acha que sua alocação de patrimônio deve ser 51% em renda fixa e 49% em ações, eu acho que você pode “simular” esta estratégia com uma aplicação em PIBB11 e em Tesouro Direto, por exemplo, e pagar menos taxa de administração se ela for superior ou igual a 2% a.a.. Se a alocação que você pretender for superior em ações, isto é: 70% em renda variável e 30% em RF, com VGBL não será possível aplicá-la.
Finalmente, quanto ao PS, a “forte pressão” significa que os bancos não vão querer um concorrente tão forte para os seus produtos. Se a isenção for aplicável, o PIBB é excelente para se opor aos fundos de ações dos bancos.
Boa escolha para você e volte sempre com essas perguntas que só ajudam a discutir o assunto com profundidade.
Olá Beto!
Ganho pouco mais que um salário; e gostaria de saber se devo investir 50% ou mais daquilo que poupei ao longo de 2 anos entre Títulos Públicos e o CDB que me foi ofertado, Hiperfundo Bradesco aplicação inicial de R$100,00. Detalhe c importância!O meu real interesse é o carro que é sorteado mensalmente!Devo contar c a sorte e o CDB ou apenas com o Tesouro cuja taxa nesta Ag é a + alta a ser cobrada?
Desde já grata!
Vitória.
Oi Beto, obrigado pela resposta! Esclareceu bem minha dúvida. Tenho uma outra pergunta 🙂
Com esta recente alta da Selic e a consequente desvalorização dos títulos públicos pré-fixados (LTN), o que se deve levar em consideração para saber se é melhor vender (e comprar um título pós-fixado) ou manter?
Fiz uma simulação no site do Tesouro Direto, mas não tinha certeza do que colocar em ‘tx de inflação/Selic para o período’ e ‘taxa do papel na venda antecipada’. (O vencimento seria jan/2010).
Para o IPCA, eu colocaria 6,06% ou a expectativa de 6,58%? Para a Selic, 13% ou 14,25%?
Se valer a pena vender o título pré-fixado para comprar um pós, há situações em que comprar títulos indexados ao IPCA valem mais a pena do que os indexados à Selic ou vice-versa?
Sei que o primeiro garante uma rentabilidade acima da inflação e que o segundo uma próxima à taxa básica de juros, mas não andam ambos lado a lado? Ou existe uma situação em que a expectativa dos juros é de alta e a da inflação é de baixa?
Agradeço desde já!
Ricardo
Vitória, respondi sua pergunta na postagem abaixo:
https://www.betoveiga.com/log/index.php/2008/07/vale-concorrer-a-sorteio/
Ricardo,
Enquanto eu não abordo os outros pontos da sua pergunta, dê uma olhada nessa postagem:
https://www.betoveiga.com/log/index.php/2007/11/entendendo-mais-renda-fixa/
Abraço do Beto