Estava escrevendo a postagem anterior e me lembrei da história dos três porquinhos que, segundo minha mãe, era o único instrumento que me fazia sossegar, nos idos dos meus 5 anos. Talvez por conta de haver ouvido tantas vezes, chegando ao ponto de corrigir quando minha mãe cometia algum engano na narrativa, repensei a “moral da estória”.
Acho que todos conhecem, mas vou fazer um resumo com os elementos que me interessam para este comentário. Há três porquinhos irmãos. Um deles, pelo que me lembro, o Prático (os outros dois eram Heitor e Cícero), era o responsável da família. Entendia o significado da palavra poupança e dedicava-se com afinco ao trabalho. Os outros dois, pelo que reza a estória, tinham mais interesse no lado lúdico do mundo (tradução: eram chegados a uma farra).
Pois bem, enquanto Prático poupou arduamente para comprar sua casa própria à vista (esta é a versão atual), os dois viviam na balada, moravam de aluguel, e o cartão de crédito era o maior companheiro depois do cheque especial.
Eis que surge o “fantasma da inflação”, os juros sobem, as dívidas aumentam e tornam-se impagáveis.
Com isso, Heitor e Cícero vêem seus nomes no Serasa e o telefone celular, 3G é evidente, comprado em 18 prestações “sem juros”, não parava de tocar. Eram os cobradores, que vociferavam: “Se não pagarem, vamos pegar vocês!”
O Gol do Cícero e o Fiesta do Heitor foram os dois primeiros bens a irem para a boca do lobo. Os celulares foram bloqueados e as gatinhas, ou melhor, porquinhas gasolina, que antes eram “cheias de amor”, já não ligavam mais, porque eles estavam inacessíveis e a pé.
Até aí, tudo bem para quem não sabia lidar com o dinheiro. E este é o ponto que faço para registrar a minha revolta com esta história: eles foram morar na casa do Prático. Como este é um caso para reflexão, vocês já viram que a conta acaba caindo no colo de quem tem mais prudência? Pior que isso, o pessoal (leia-se, os intrometidos com a vida dos outros) fica falando pelas costas se o cara não aceitasse os malas irresponsáveis. Diz que o cidadão é “murrinha”, mão-de-vaca.
Mais que um incentivo à leviandade, esta postagem é uma valorização que faço ao Prático, e um apelo àqueles que gostam de criticar os outros, que pensem se cabe a este pagar a conta da farra dos outros dois.
Concordo com você.
Porque que o mais precavido teria que pagar pelo erro dos outros? Assim seria melhor ele ter aproveitado bastante a vida, e depois ficar na aba de alguém. É por isso que nunca gostei da estória dos três porquinhos. Prefiro a da formiga e da cigarra, porque no final, a cigarra teve o que mereceu, rsrsrrrs. Parece muito mal, não é?
Mas o problema é que brasileiro quer dá sempre um jeitinho pra tudo.
É, Daniele,
Mas isso vai mudando aos poucos. Obrigado pelo comentário.
Abraço do Beto
Concordo: os de fora sempre dirão que o cidadão é murrinha, mão-de-vaca…
E as pessoas também falam: você vai ficar velho logo, de tanto que guarda para a velhice.
O grande detalhe é que as pessoas têm que guardar para os dias felizes e não tristes…
Mas, a maioria é imediatista e gosta demaaaaaais de criticar o estilo de vida dos outros…principalmente quando tem um mais “endireitado” que foge da média…
Olá, Moisés,
Onde você estava, rapaz, sentimos a sua falta por aqui.
Abraço do Beto
Beto, concordo com vc, Mais se uns dos porquinhos que gastou muito e seu nome foi parar no Serasa, e se passou cinco anos acreditando que suas dividas tinha sido perdoadas, ai ele achou que tudo voltou ao normal, e ai lobo-mau banqueiro faz uma lista de inadimplentes entre ele e repassam um para os outro. moral da estoria isto e verdade..
Ele não poderá abrir contas ter cartão de credito.
Humberto,
Esta categoria das curiosidades é fenomenal, li várias delas mas esta ganhou a taça: Tive que comentar.
Não preciso nem mencionar A Revolta de Atlas não é verdade?
Olá, Marcelo,
Tem tudo a ver com o livro da Rand, sim.
Abração do Beto
muito bom,adorei, da pra muiya gente refletir,