Uma coisa que tem aguçado meus dedos para teclar aqui é algo que traduziram no Brasil para “governança corporativa”. Começo criticando a palavra “governança”, que não existe em nosso dicionário e seria muito mais bem traduzida se fosse para “boa prática”. No que se refere à corporativa, embora esteja presente o vocábulo em nossa língua, seria mais adequada a palavra “empresarial”.
Pois bem, vamos ao que interessa nessa minha singela reflexão (por sinal, não é só minha, pois já li alguns artigos por aí): será que nós estamos com as empresas sendo conduzidas por quem não está dando a mínima para os acionistas? Outra pergunta: será que o fato de os grandes controladores pessoas físicas (os antigos donos das empresas) estarem desaparecendo, não faz com que a supervisão sobre as ações dos administradores seja frágil demais?
Eu acredito que sim. Vamos pensar nos incentivos de um presidente da empresa que recebe um enorme salário (principalmente no caso do setor financeiro), mas que não tem, a princípio, um risco muito grande no caso da empresa ir à falência.
O máximo que pode acontecer é ele perder o emprego. A questão é: ele já ganhou alguns milhões de dólares e terá como se virar muito bem.
Sei que muito tem sido escrito com uma fundamentação infinitamente maior do que a que coloco nesse texto, mas, quem sabe, essas minhas palavras sirvam como incentivo para que o leitor, mais dedicado que eu, procure densos subsídios.
Enumerar uma série de princípios e esperar que, como em uma religião, eles serão seguidos, é um pouco demais para a mais desprovida inteligência. Acredite quem quiser em govenança corporativa. Eu prefiro outra fé.
1 comentário
Comments are closed.