O Davi Miranda faz um comentário digno de uma postagem:
Questionamento de leigo: o pouco volume aplicado em títulos públicos não se deve, em parte, ao pouco ou nulo interesse dos bancos em divulgar e promover (as vantagens d)o Tesouro Direto para os seus clientes, já que essas instituições, por sua vez, não obtém (muitos) ganhos ou vantagens com esse investimento?
Eu diria que a conclusão à qual ele chegou é quase correta. Na realidade, ele acerta na constatação. Realmente, “essas instituições [os bancos], por sua vez, não obtém (muitos) ganhos ou vantagens com esse investimento”. Perfeito, Davi. A constatação está correta.
O ponto que acredito esteja incompleto é o seguinte: o pouco volume decorre da falta de interesse dos bancos em divulgar. Ora, você teria interesse em divulgar o trabalho ou negócio do seu concorrente? Só se fosse para dizer que há algum problema com ele (antes que critiquem, estou mostrando uma visão altamente materialista do mundo).
Pois bem, de quem seria o interesse em divulgar? Para mim, este interesse deveria ser do governo. Quanto mais investidores adquirissem os títulos diretamente dele (governo), melhor seria a condição para negociar taxas, prazos, etc.
A equipe do Tesouro Nacional faz um grande trabalho na divulgação do sistema, mas não acho que tenha o apoio do governo como um todo. Se tivesse, a verba de publicidade seria muito maior (aliás, só vi propaganda do Tesouro Direto na TV uma vez na vida, há uns bons anos).
As relações que envolvem a negociação dos títulos públicos vão muito alem do que possamos imaginar e são bastante delicadas. As instituições financeiras têm um papel preponderante no varejo, com capilaridade suficiente para obter um grande volume de recursos e, no final, convertê-los em títulos públicos.
Nos Estados Unidos, o Tesouro Direto deles (treasurydirect.gov) tem até opção semelhante a um fundo de investimentos. Detalhe: não é cobrada tarifa alguma, muito menos taxa de administração (cobram US$ 30 se o aplicador sacar o título antes do tempo). Estive no Departamento do Tesouro de lá uma vez e cheguei a conversar com o gestor do sistema.
Nos EUA, tal qual aqui, a participação também é muito pequena se comparada ao mercado de fundos, pelo mesmo motivo que no Brasil.
De qualquer forma, acredito que reflexões como a do Davi é que fazem com que as pessoas cresçam e compreendam melhor o funcionamento das instituições em que estão insertas.
Realmente, os bancos alem de nao divulgar o Tesouro Direto eles criam complicações. Eu uma vez depositei o dinheiro as 13 horas (no auto atendimento) e como o tesouro recolhe as 16h30 o banco me sacaneou. Liguei para o setor responsavel e eles nao me resolveram. Fiquei 1 mes inadimplente. Eu acho que o governo deveria tirar o agente de custódia, pq ele só sabe cobrar manutençao e juros. Nem que essa cobrança que os bancos fazem fique para o governo. Esses dias voltei a depositar no mesmo horario, porem nao tinha recolhimento do Tesouro. Adivinha se o dinheiro nao entrou 20 minutos depois. Sacanagem.
Olá, Nicole,
Um dia a coisa fica melhor. Vamos batalhar para isso, não é mesmo?
O que vale é esta boa discussão que estamos tendo sobre o assunto.
Abraço do Beto
Olá!
Eu concordo que os bancos não têm interesse no Tesouro Direto porque é concorrência para eles. Muitos dos fundos de renda fixa comercializados pelos bancos têm títulos públicos em sua composição, os mesmos do Tesouro Direto. A diferença é que nos fundos RF o banco ganha cobrando taxas de administração.
Comercializar Tesouro Direto não é negócio para os bancos, além disso, há agentes de custódia que não cobram nada de taxa.
Olá, É barato ser rico,
Muito obrigado pelo seu comentário.
Abraço do Beto