Liberalismo é deixar os particulares tomarem a decisão acerca dos seus investimentos e deixar o governo só olhando.
Desse modo, como se justifica requerer que os recursos captados pelo governo sejam transformados em obras públicas e não que retornem na forma de distribuição de renda, com o consequente aumento de consumo, numa espécie de desoneração fiscal?
Além disso, se os investimentos em obras forem para ser realmente feitos, será o setor privado que, olhando o comportamento dos consumidores, irá construir os portos, as indústrias, as estradas pedagiadas (livres de caminhões com sobrecargas que destroem as pistas após uma devida “gorjeta” para a fiscalização), enfim, vão promover sua própria ação no campo da formação do capital.
O bolo do dinheiro público está com pouco fermento, isto é, não dá para crescer muito. Aí fica a briga pelo dinheiro coletado na forma de impostos. Quem gosta de obras superfaturadas e corrupção, deve estar muito triste. Também se entristecem aqueles que vivem de contratos públicos.
Por outro lado, ficarão felizes, além dos aposentados, é claro, dentre outros:
– os lojistas, pois venderão mais;
– os banqueiros, por poder aumentar o crédito consignado;
– os fabricantes de produtos de consumo, pelo mesmo motivo dos lojistas;
– o governo que irá arrecadar mais; e
– segue a linha de raciocínio.
A alocação do bolo de impostos é algo em que a população precisa se engajar mais para, dentre outras coisas, ajudar a combater a corrupção.