Consultoria de investimentos para as pessoas físicas é um assunto importante em função dos danos que uma orientação malfeita podem causar ao patrimônio destas pessoas, por isso escrevo estas dicas iniciais de como avaliar os conselhos sobre investimentos e consultoria financeira.
Esta postagem foi motivada porque ontem eu estava vendo televisão e passava uma propaganda de um banco sobre dúvidas de investimento. O banco em questão oferecia uma consultoria aos clientes especiais. Aliás, depois que as novas regras para as tarifas bancárias foram divulgadas, passou a ser divulgado um monte de propaganda sobre bancos, mas vamos ao que interessa: você deve ter lido a postagem anterior, na qual uma gerente indicou à Ana Crisitna que ela investisse em consórcio!!!
Veja que os consultores dos bancos nem sempre podem estar oferecendo o investimento mais adequado para você. A este propósito, seguem algumas dicas se for pedir consultoria em investimentos, inclusive ao banco.
A minha dica número 1: Peça que a “sugestão de investimento” seja entregue por escrito, incluindo as razões pelas quais esta sugestão se encaixa com seu perfil de investidor. Repito para que você não se esqueça: por escrito. Este simples ato irá reduzir muito a oferta de produtos inadequados a você. Ao mesmo tempo, se alguém se negar a escrever o que diz é porque não acredita na sua própria recomendação.
A dica número 2, que deve ser feita antes da dica número 1, é pedir o currículo do seu consultor. Veja o seguinte: você pode conhecer pouco de finanças, talvez o mesmo que eu conheço sobre botânica e, certamente, se alguém leu o livro “introdução ao estudo da botânica”, estará mais capacitado a falar do assunto que eu. Portanto, não se encante com quem está nesse nível de conhecimento.
Dica número 3: verifique quem será o responsável pelos conselhos dados (por isso, a necessidade de pedir a sugestão de investimento por escrito). Além disso, se quem lhe deu sugestões nesse sentido pode ser responsabilizado pelas impropriedades que cometer.
Dica número 4: Tenha certeza da forma pela qual o serviço será cobrado. Isso tem dois objetivos: o primeiro é compreender os custos o segundo é verificar o conflito de interesses. Se o consultor trabalhar para alguma instituição que ofereça produtos financeiros, a lógica é que ele ofereça os produtos da sua instituição, e não aqueles que serão mais vantajosos para você.
Dica número 5: Verifique se, antes de qualquer coisa, o consultor pediu informações detalhadas sobre seu padrão de consumo, posição financeira atual, objetivos, perfil de risco. Se não, será muito difícil que ele tenha condição de oferecer algo realmente adequado a você.
Dica número 6: Solicite um documento no qual ele demonstre que é capaz de atender as suas expectativas, e quais as responsabilidades que assume nesta tarefa.
Dica número 7: Lembre-se, você pode até deixar de contratar uma consultoria em função da falta de empatia com o consultor, mas nunca faça o contrário. Empatia é importante para não contratar alguém, mas não para o contrário.
Dica número 8: Páginas na Internet que valem a pena visitar sobre este assunto:
Página da CVM para conhecer uma lista de procedimentos e uma discussão sobre o assunto:
Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros – IBCPF , entidade de autor-regulação de profissionais para a prestação de consultoria financeira.
Olá Beto,
Também assisti a propaganda que você mencionou e na hora, já me pareceu um grande conflito de interesse um consultor financeiro trabalhando para um banco, enfim muito oportuno o seu artigo.
Já escrevi no Dinheirama um artigo falando sobre algo parecido, eis o link: http://dinheirama.com/blog/2008/04/02/gerente-de-banco-mocinho-ou-vilao/
No Mais forte abraço, e parabéns.
Olá Beto,
Parabéns pelo artigo. Na minha humilde opinião, você foi muito abertivo. O exemplo da botânica e a explicação sobre empatia foram fantásticos.
Como o Ricardo Pereira, também escrevi, em 2009, artigo relacionado ao tema com o título “O seu amigo o gerente de banco”, que me rendeu algumas dores de cabeça com um conselho profissional do DF. Para estimular o debate, você pode encontrar-lo em: http://www.administradores.com.br/noticias/negocios/seu-amigo-o-gerente-do-banco/21135/.
Forte abraço.
Muito obrigado pelo seu comentário Rogério. Você, assim como o grande amigo Ricardo Pereira, tratam este tema com muita propriedade.
Grande abraço do Beto