As mudanças nas regras previdenciárias no mundo, ocasionadas pela migração dos planos de benefícios definidos para de contribuição definida estão causando sérios efeitos no comportamento dos consumidores desse produtos.
Os governos e as empresas tiveram a brilhante idéia, conforme já mencionei aqui, de transferir a responsabilidade pela aposentadoria para os indivíduos. Em suma, é assim: você poupa o quanto quiser, nos investimentos ou previdência privada que preferir e, quando chegar a hora de parar de trabalhar, se o dinheiro der, ótimo, se não, problema seu.
Resgatei o texto de uma palestra proferida por John Y. Campbell, “Strategic Asset Allocation: Portfolio Choice for Long-Term Investors”, cujo livro tem o mesmo título, para a American Finance Association e American Economic Association, em 2002.
Ele argumenta que os investidores sofreram em demasia com as alterações no processo de formação de poupança para aposentadoria. Segundo ele:
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1 – as pessoas estão se deparando com complexas decisões de composição de carteira;
2 – há evidências de que as pessoas não estão fazendo boas escolhas;
3- as pessoas parecem estar famintas por consultoria sobre formação de carteiras.
Campbell faz uma longa exposição de teorias de investimentos que vou desenvolver nas próximas postagens.
Beto,
Isto causou um sério problema. As empresas criam novos plano de contribuição definida, argumentando que a gestão é melhor, e a renda seria maior na aposentadoria. Incentivam as pessoas a migrar espontaneamente. Entretanto há quem prefira se manter no plano de benefício definido. Esse foi o meu caso.
Mas surpreendentemente, respaldados pela SPC, conseguiram então alterar de forma unilateral as regras do meu plano original, contrato juridicamente perfeito celebrado há mais de 15 anos no ato de minha admissão.
Assim tive o valor de meu benefício reduzido, recorri na justiça, e não ganhei. Argumentaram que eu ainda não tinha o direito adquirido e sim apenas a expectativa.
Não sei como está sendo nos EUA, mas aqui em Pindorama… é um roubo!
Abs
Olá, Marcio,
Eu imagino a sensação que você tem toda vez que pensa nisso, não é?
Dá uma raiva tão grande…
Queria lembrar que tanto em Pindorama quanto nos EUA, quem manda é o dinheiro.
Fora isso, mais uma dica para você ficar tranqüilo quanto ao aspecto “global” do assunto, quem implementou esta “reforma” na matriz foi o Regan com a condução do Sr. Greenspan, o que pode ter lhe rendido, anos depois, o cargo de Presidente do FED.
Abraço do Beto