Estava vendo hoje uma manifestação de aposentados para garantir uma parcela de reajuste dos benefícios da ordem de seis e alguma coisa por cento.
Fiquei pensando na situação e, como a questão, embora alguns pensem que não, envolve diretamente a alocação de recursos públicos, há muito o que ponderar.
Não vou fazer um tratado sobre o tema, mesmo porque não refleti profundamente sobre todos aspectos, mas uma coisa que tenho a intenção de comentar é a força que este grupo passará a ter cada vez mais no que se refere a procurar a manutenção do poder de compra dos seus benefícios.
Assim, como meu próximo livro, “Tranquilidade Financeira”, informa com base nos dados do IBGE, em 2030, aqueles com mais de 60 anos somarão 17% da população. Mais que isso, todos com direito a voto.
Os recursos da União são como carne jogada a leões famintos, cada qual procurando abocanhar o melhor pedaço. Se hoje já existe quem tenha tido a visão de lutar pelo interesse dos aposentados, imagine lá na frente, quando serão um dos maiores grupos de eleitores.
Nesse sentido, imagino que mudanças no sistema previdenciário ou restrições nos reajustes dos benefícios serão muito menos prováveis de serem implementados do que nos dias atuais.
Concordo parcialmente.
Se por um lado os futuros aposentados serão uma grande parcela dos eleitores, por outro lhes faltará o poder de mobilização que os trabalhadores ativos têm. Quem se importaria com uma “greve” de aposentados? Que trabalhador ativo gostaria de pagar mais INSS ou imposto em prol dos aposentados?
Acho que para tentar entender o que acontecerá com o Brasil em 20 anos, podemos olhar para a Europa hoje. O continente está velho, com muitos aposentados e muitos países, por mais que a sociedade esperneie, estão aumentando a idade mínima de aposentadoria. Além disso, o que se paga não é aquelas coisas.
O que melhor podem fazer agora os que estarão com mais de 60 em 2030 é desde já planejar a aposentadoria complementar à oficial.
Olá, É barato ser rico!,
Muito obrigado por seu comentário.
Como falei, há uma briga de leões pelo orçamento. Nos Estados Unidos, por exemplo, há uma associação que é o maior grupo de lobby do mundo atualmente, com mais de 40 milhões de associados, a quem muita gente vai tomar a benção.
Certamente, isso não quer dizer que a vontade dos aposentados seja satisfeita por esta associação, mas o que estou querendo mostrar, e acho que você concordou parcialemente, é que os aposentados ganharão mais força.
Em tempo, não falei em greve de aposentados, como você bem notou, mas em votos.
Sobre a atuação em paralelo à formação de poupança, se eu não pensasse assim, não escreveria sobre o assunto.
Mais uma vez, muito obrigado por entrar na disucssão e trazer argumentos adicionais.
Abraço do Beto