Falar de previdência não é fácil em razão da polarização que se forma quando os diferentes lados olham para o problema.
Os recursos públicos utilizados para pagar as pensões são encarados por um lado como mal aproveitados e por outro como minguados. Isto é, os aposentados sempre reclamarão do que recebem da previdência e aqueles que vivem do dinheiro do contribuinte (rentistas da dívida, fornecedores, empreiteiros, etc.) acreditam que a previdência está drenando todos os recursos disponíveis.
Sempre que se fala nesse dinheiro, que tem origem na arrecadação de tributos, vários atores se apresentam para buscar aumentar a sua fatia do bolo dos gastos/investimentos públicos. Trata-se de uma questão puramente alocativa (para quem vai o dinheiro dos contribuintes).
O próprio contribuinte também reclama, mas este quase nunca é ouvido. Aliás, quando vemos os grandes reclamando dos impostos, podemos ter certeza que é porque o sistema tributário está afetando a sua política de preços. Digo isso porque, de fato, quem paga impostos no País é o cara que faz compras no supermercado. É daí que sai grande parte dos impostos arrecadados no Brasil.
Eu creio que a força política dos aposentados tende a crescer, dado que, no futuro próximo, eles serão um percentual considerável da população. Enquanto isso, a previdência privada vai crescendo em taxas invejáveis.