Quando é feito o orçamento no Brasil, percebe-se que as receitas do governo com a arrecadação de impostos é insuficiente para pagar tudo o que está na conta, isto é, a parte operacional (tal como os gastos com servidores, com outras despesas, com a previdência e os investimentos) e a parte da nossa dívida pública, esta última composta pelo saldo devedor e pelos juros, como qualquer outra dívida.
Resolveu-se, portanto, dividir as contas do Governo em primárias e nominais, isto é, a primária leva em conta a parte operacional apenas. A segunda engloba tudo, ou seja, é a primária mais os custos da dívida, no caso os juros. É como se quiséssemos responder à pergunta: o Governo está gastando para se manter mais do que arrecada? E quiséssemos respondê-la sem levar em conta os juros a pagar.
O problema é que os juros existem e continuamos sem pagá-los completamente, fazendo com que o saldo devedor cresça continuamente.