O Fantástico de ontem apresentou uma reportagem sobre a venda de carros financiados, vendidos a preços de banana. A história é mais ou menos assim: alguém toma o financiamento por um longo prazo, paga as primeiras poucas parcelas e revende o bem (recebendo um ágio pequeno em relação ao valor do carro). O comprador não paga as parcelas e fica com o veículo até que a justiça “descubra” onde o bem está.
Uma definição econômica muito utilizada no meio é o “incentivo”. Como se fala no mundo real, todas as ações são tomadas com base em incentivos. Eles podem ser favoráveis à prática da ação, como, por exemplo, o lucro, um prêmio, etc. Podem também ser desestimuladores (ainda que denominado incentivo), tal como uma multa ou uma punição. Nesse último caso, é um incentivo para que a prática não seja realizada.
Meu ponto é: colocaram muito incentivo (equipes de vendas, comissões para concessionárias e revendas, bônus para administradores de bancos e financeiras) no sentido de realizar as operações. Por outro lado, ainda que haja incentivos para evitar práticas criminosas, esses são poucos, ou, ainda, insuficientes.
Ninguém vai “quebrar”, com esta prática, mas um dinheirinho do acionista irá pelo ralo, principalmente na busca e apreensão desses veículos.