Esta expressão refere-se à atitude dos governos com relação às grandes instituições financeiras. Estes governos, quando se defrontam com uma crise de um banco muito grande, farão tudo para resgatá-lo, dado que ele causaria, segundo estes governos e os estudiosos, muitos estragos à economia.
Eu toco nesse assunto para fazer um breve comentário sobre um “muito grande”, mas que não é banco. Trata-se de um país: Estados Unidos da América.
Conforme uma entrevista do presidente do nosso Banco Central, Henrique Meirelles, o gasto para estancar a crise naquele país será algo entre dois e sete trilhões de dólares.
De onde virá esse dinheiro? De empréstimos, tomados na forma de emissão de títulos públicos.
Eu fico aqui imaginando se nós, no Brasil, tivéssemos que passar um cheque maior que uns cem bilhões para “acelerar” a economia e salvar uns três bancões que ainda restam…Risco país, agências de rating, patati, patatá. Seria o caos.
Por outro lado, não há dúvidas de que o interesse em que os EUA vão para o buraco é zero. Talvez, mesmo que ainda houvesse a União Soviética, os russos iriam fazer a maior força para que seus inimigos número um se erguessem rapidamente. Hoje, então, que o preço do petróleo é altamente dependente do consumo americano, que gera demanda na índia e na china e permite a uma classe média desses países a aquisição de automóveis consumidores do combustível. Os russos estão tocando o tambor para que esta crise acabe imediatamente.
Cheguei a receber uma análise catastrófica sobre a falência do mercado de títulos públicos americanos. Mas esta previsão, embora recheada de todos os fundamentos técnicos, é tão improvável quanto nevar no meu Ceará (estou contando com o aquecimento global!).
Porém, algumas coisas não podemos deixar de crer: as taxas de juros não se aguentarão nos níveis atuais. Será bem difícil, quando a turma começar a tomar fôlego, segurar as taxas que o governo americano está conseguindo manter.
Por outro lado, o pagamento deste saque no cheque especial feito pelos EUA se dará às custas da redução do déficit público, tipo o que Clinton conseguiu fazer do meio para o fim do seu governo, chegando até mesmo ao superávit.
A única diferença é que o ponto de partida do atual presidente será um pouco mais baixo do que o antecessor democrata de Obama.