Quando tomamos decisões de investimento devemos observar o que pode afetar ou não o desempenho de negócios, países, etc. Pensando assim, acho muito interessante trazer para vocês um artigo do Prof. Jorge Arbache (UnB) que destaca 5 megatendências globais. Vou resumi-las aqui:
1) crescente interdependência entre as economias. “alocação dos recursos e a formação dos preços internos dos bens e serviços são cada vez mais influenciadas, direta ou indiretamente, por fatores econômicos, financeiros, políticos e regulatórios internacionais”
2) crescente intervencionismo dos governos nas economias. Ele menciona a o aumento na edição de normativa por parte dos Bancos Centrais e dos Fiscos; a escolha de parceiros comerciais atribuindo-lhes vantagens; “as legislações de propriedade intelectual e de serviços e as invasivas regras de investimentos e de movimento de pessoas”.
3) crescente relevância das novas tecnologias de produção e de gestão para a geração de riqueza.Segundo Arbache, “a tendência mais perturbadora nessa área está associada à crescente importância da interação entre agentes econômicos em nível nacional para a determinação da competitividade. Por aqui passa a explicação da reemergência dos Estados Unidos como potência manufatureira global”.
4) crescente relevância dos serviços para a geração de riqueza. Acentua o autor que “a tendência mais impactante está associada à comercialização de serviços em nível global, como já são os casos de serviços de educação, saúde, entretenimento, projetos, telecomunicações e serviços financeiros”.
5) crescente consolidação dos mercados. Por consolidação, entenda o leitor que se trata de concentração, no agrupamento de várias empresas em apenas uma, trazendo-lhe poder de mercado capaz de influenciar aquele segmento em que atua (econômica ou politicamente). O professor ressalta que as grandes empresas locais tornam-se insignificantes do ponto de vista global e, portanto, perdem “a capacidade de competir, investir e inovar”.
Arbache entende que, diferentemente do que alguns advogam, haverá maior distanciamento entre os mais ricos e mais pobres (em termos de economia dos países), o que está em linha com as críticas ao modelo capitalista do pós-guerra.
Por outro lado, acena com uma fórmula que parece ter funcionado para algumas nações: embarcar em “agendas de reformas focadas na geração de conhecimento, tecnologias, agregação de valor, internacionalização de empresas, aquisição de ativos estrangeiros com transferência de conhecimento, participação em cadeias globais de valor e formação de marcas globais. Este é o caso da Coreia do Sul e, possivelmente, da China”.
Sobre o Brasil, a sugestão é de que tomemos esse caminho com urgência, embora reconheça que estejamos focados em temas muito distantes dos mencionados.
(Artigo: Megatendências globais e o Brasil – Valor Econômico – 07-01-2015)
As mega tendências são otinas e o artigo também, difícil é investir com a atual situação.