Li uma matéria no caderno de fim-de-semana do Valor (6,7 e 8 de março de 2009) muito interessante sobre o livro “Getting off Track” (tradução livre: saindo do trilho) de um ex-subsecretário do Tesouro americano e professor de Stanford, John Taylor.
Para ele (que o Presidente Lula não o ouça):
“as autoridades deveriam abandonar a idéia de que grandes intervenções do governo são a melhor resposta aos problemas atuais e perceber que podem piorar as coisas ao fazer isso”.
Eu vou além: esta é a hora em que os abutres estão a postos para pegar, não a carniça, mas os melhores pedaços do filé. Percebam que em vez de estruturar a economia, podemos estar perdendo a oportunidade de nos livrarmos desta dívida interna que foi um dos entraves do nosso crescimento quando todo o mundo estava crescendo bem. Além disso, precisamos dessa redução para reduzir a carga tributária no País.
Voltando à matéria, Taylor afirma que o que afetou o mercado quando da quebra do Lehman Brothers não foi o fato em si, mas a percepção de que o governo não tinha um plano para lidar com o problema, mesmo tendo o Bear Sterns ido para o ralo fazia pouco.
Nas críticas de Taylor sobraram farpas para Greenspan, por haver mantido as taxas de juros muito mais baixas do que deveria.
E aqui, para finalizar, vai o que ele falou, na mesma linha do que eu comentei anteriormente no blog:
“O fato de nossa dívida ser tão atrativa para tanta gente hoje em dia é providencial, porque nos permite obter os recursos necessários para financiar esses programas a um custo razoável, mas isso não é algo automático e precisamos nos precaver, para evitar problemas se um dia os investidores estrangeiros olharem para nossas dívidas com mais desconfiança do que hoje. Se as políticas adotadas pelo governo continuarem saindo do trilho por muito tempo, haverá motivos para preocupação com a dívida mais à frente.”