A Grécia, que, conforme a CIA, tem 10.737.428 habitantes e está na 75ª posição no mundo nesse quesito, e cujo PIB monta US$ 341 bilhões (34º no ranking), além de berço da filosofia, está existindo para o mundo financeiro. Além disso, prova que previsão é algo que ainda está no âmbito da caverna platônica.
Preferiríamos todos que não fosse assim, mas é. Nesse momento, revemos que opinião de analista sobre o comportamento futuro de preços é tão valioso quanto conselho. Novamente, o mundo ou foi incapaz de fazer previsões coerentes, ou as faz com o intuito de causar turbulências e promover a desestabilização, o que duvido.
Consultoria e análise são importantes para a compreensão do funcionamento dos produtos e o ajuste das carteiras de investimentos, mas, no quesito adivinhação, é perda de dinheiro na certa.
Todos estão loucos para saber o que irá acontecer com os mercados. Os comprados em ações até a tampa rezam para que o fim do mundo seja uma fofoca. Os vendidos ou que estão fora do mercado, torcem para o desastre total, na expectativa de comprar um monte de coisas “baratas”.
Mesmo estes últimos (os vendidos ou os que estão de fora) ficam acreditando na esperança. Torcem por uma queda, mas sem uma alta posterior de nada adiantará que ela aconteça. A menos que o cara tenha muita raiva do cunhado que ganhou uma bolada na bolsa.
Aliás, por falar em previsão, toda segunda saem as “visões” do futuro, resultado da pajelança dos analistas-videntes brasileiros, consubstanciadas no oráculo dos esperançosos: o boletim Focus. A imprensa já se prepara para divulgar qual será a expectativa de inflação para este ano, e do PIB, e da Selic. E eu, do fundo da minha ignorância vos digo: tenhais certeza de que não dá para ter certeza.
Finalmente, a existência da Grécia para o mundo financeiro, e o interesse de todos os governos em salvá-la, andam juntos. Sem que haja uma ação coordenada, nada será como antes e todo esforço feito para a tentativa de resolver o problema nos EUA terá sido em vão.