A chave da formação de poupança para a aposentadoria está na combinação volume mensal de depósitos, prazo de acumulação e taxa de retorno dos investimentos. Este trio faz parte da alquimia que levará a um saldo maior ou menor no momento em que a renda do trabalho começa a ficar mais difícil de obter.
Um desses elementos está, no Brasil, diminuindo. Tratam-se dos juros reais.
Eu digo no Brasil, porque, embora os juros estejam caindo no mundo todo, a nossa tradição de juros reais estratosféricos é antiga, para a alegria de quem vive emprestando dinheiro (seja aos consumidores, às empresas e, principalmente, ao governo).
O impacto dessa redução nas taxas de juros reais está diretamente ligado à quantidade de dinheiro com poder de compra (“dinheiro real”) que terá no momento da aposentadoria.
A contrapartida disso é que, para a felicidade geral da Nação, à exceção do subgrupo mencionado anteriormente (quem vive emprestando dinheiro), o montante de impostos que será destinado ao pagamento de juros tenderá a reduzir (se a política assim o permitir), deixando mais recursos para outras atividades de governo ou a redução da carga tributária.
Adicionalmente, o crédito poderá ser utilizado com menor custo para as empresas, o que favorece um crescimento mais robusto.
Para os que planejam sua aposentadoria, porém, o esforço mensal deverá ser maior, ou o tempo de poupança mais prolongado, para que se atinja o mesmo resultado.