Embora muitos fiquem “surpresos” com o acontecimento do pagamento dos bônus na AIG, este que vos escreve apenas verifica na realidade o que vive chamando a atenção: governança corporativa não existe na hora da verdade. Administradores movidos a tutu querem mais e garantir o seu e o acionista, até o limite da legalidade, que fique com o osso. Aliás, em certos casos, a legalidade que se dane também.
De qualquer modo, os parlamentares americanos “escandalizados” com a vida real, resolveram criar um imposto “retroativo” de 90% para tentar reaver o dinheiro pago na forma de bônus a quem cometeu as maiores barbaridades administrativas. Este imposto seria aplicado a quem recebeu o dinheiro de empresas socorridas pelo governo (estima-se que, somando todas as empresas, o valor de bônus chegue a US$ 250 milhões).
O meu senso crítico (e bota crítico nisso) parece me avisar que se trata de “pirotecnia” para demonstrar a indignação com o caso.
Espero, sinceramente, que eu esteja errado e que, no futuro, as cortes americanas venham ratificar a decisão dos Representantes, assim como o Senado aprove a lei, dado que a matéria do NYT informa que o assunto foi aprovado apenas na Câmara deles.
O mestre Obama, por sua vez, embora tenha comemorado a decisão, a princípio, parece haver caído na real e avisou que o importante é fechar a porta antes do ladrão entrar, isto é, entendeu que a regra só valerá para quando a turma for levar outros US$ 250 milhões milhões.