Esta postagem é um resumo de artigo que fiz para o Almanaque do Bem, do meu amigo Fabio Camatari (@Camatari), e tem como motivador uma frase continuamente difundida quando da divulgação de fundos de investimento: “rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura”.
Na minha opinião, ao contrário do que procura prevenir a frase, acabamos por fazer exatamente o contrário, isto é, tomarmos nossas decisões de investimento com base nessas informações.
Conforme mencionei no artigo, “ainda em 2007, o portal Infomoney realizou uma pesquisa não científica, que na minha opinião seria confirmada se feita com rigor, cujo resultado foi quase um terço a favor da esperança. A esperança, no caso, é a rentabilidade passada.”
Minha recomendação não é a de que você deva ignorar os resultados prévios dos fundos de investimento, muito menos de qualquer outra aplicação, mas a informação deve ser utilizada com todo cuidado possível.
Os gestores de riscos utilizam esta informação nas suas atividades diárias. Esses gestores acompanham como se comportou a série (resultados passados), de modo que possam ser obtidos parâmetros estatísticos, indicativos da “periculosidade” do ativo. Mas o que é isso, se não uma certa “confiança” no fato de que o passado se repetirá. A turma que faz gestão de risco, certamente, não tomas suas decisões com apoio apenas nisso, mas essa informação é relevante para eles.
Não vou abordar todos os componentes de análise de fundos de investimento nesta breve discussão, mas chamar a atenção para duas práticas aconselháveis no momento de analisar um ou outro fundo. Denomino de análise vertical e análise horizontal. A primeira é aquela que você realiza quando está de posse de um informativo do banco (aquela lista de fundos e o resultado acumulado no ano, mês, etc.). Na análise vertical, a nossa tendência é compararmos coisas distintas, isto é, um fundo referenciado DI com um fundo de ações. Nesse caso, são duas formas de investimento diferentes e destinadas a perfis de investidor e a objetivos também diversos.
No caso da análise horizontal, por sua vez, estamos tratando de um trabalho de comparação “entre” administradores. Você terá que buscar informação de outros fornecedores de fundos para realizar esta tarefa, após a escolha do fundo que vá atender o seu perfil de investidor e o seu objetivo.
Como vimos, não há garantia dos resultados futuros, mas a informação passada pode ajudar no seu trabalho de análise do que é melhor para os seus investimentos. Portanto, meu conselho é: resista à tentação de utilizar os dados de maneira equivocada.
Antes de pensar que após grandes ganhos virão novos grandes ganhos, imagine o que pode acontecer se o contrário for o observado e, em vez disso surgir um grande prejuízo…Infelizmente, não temos como prever o futuro, de modo que a melhor opção para quem não é um Warrent Buffett é a diversificação e o balanceamento das carteiras, como vimos por aqui e como discutirei melhor no futuro.