Fundos de investimento são formas de aplicação financeira nas quais as pessoas que deles participam – os chamados cotistas – colocam seus recursos para que, em nome desses cotistas, um gestor (ou administrador) previamente contratado administre o dinheiro.
Uma explicação simplificada poderia ser dada assim: na criação de um determinado fundo, cada um aporta a quantidade de recursos de que dispõe. A partir do montante total arrecadado é estabelecido um valor para a cota, vamos supor, R$ 100,00. Dessa forma, o montante aportado por cada um é dividido pelo valor da cota de modo a determinar a quantidade de cotas (ou frações) adquiridas (compradas) pelos aplicadores individualmente..
Estas cotas são como fatias do bolo e cada um, dependendo de quanto dinheiro colocou, passa a ter uma determinada quantidade de fatias.
Fundos de investimento nunca podem ser considerados como jogos online de poker. Os primeiros são estruturas voltadas a aplicação de recursos de forma técnica e, embora haja riscos envolvidos, estes riscos são calculados e apresentados previamente a você, que escolhe onde vai colocar o seu dinheiro.
O dinheiro apurado (conseguido) será utilizado para adquirir ativos que gerem alguma remuneração para cada um dos fundos.
Mas, o que são ativos? Um exemplo é o título público (depois veremos outros). O título é um documento que representa uma dívida (nesse caso, uma dívida do Governo) e quem “possuir” o título recebe do devedor uma determinada taxa de juros que o governo paga pelo empréstimo, de modo que se o fundo conseguir juntar R$ 100.000,00 (valor chamado de patrimônio do fundo), o gestor utilizará esse dinheiro para adquirir um título público (emprestar R$ 100.000,00 para o Governo) que renda, por exemplo, 0,6% ao mês. Ao final desse período (um mês), o patrimônio do fundo passará a ser de R$ 100.600,00.
Se o patrimônio inicial do fundo foi dividido em mil cotas, o valor atual da cota (um mês depois), que era de R$ 100,00 quando o fundo foi criado, passou para R$ 100,60. Assim, se alguém quiser entrar no fundo e aplicar uma determinada quantia, o valor aplicado será dividido por R$ 100,60 para que se saiba quantas cotas o entrante (novo investidor) adquiriu. Da mesma forma, se alguém quiser sair, receberá R$ 100,60, por cada uma de suas cotas, ou uma fração deste valor equivalente à fração de cota que possua.
A administração desses recursos, todavia, tem um custo. Para cobrir esse custo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) autoriza a cobrança de quatro tipos de taxas, sendo a taxa de administração a mais conhecida e aquela mais comumente aplicada. A taxa de administração é cobrada diariamente na forma de um percentual sobre o patrimônio líquido do fundo e será devida independentemente do resultado obtido, isto é, ganhando ou perdendo ela será descontada do patrimônio do fundo. Alguns gestores cobram também uma taxa de resultado, ou de “performance”, que é a participação do gestor na rentabilidade do fundo quando esta superar um determinado patamar previamente estabelecido. Existe a possibilidade de cobrança de taxa de ingresso e saída. A taxa de ingresso é comumente chamada de taxa de “carregamento”, e tanto ela quanto a de saída são mais comuns nos fundos de previdência privada. Para os novos contratos de previdência, todavia, a taxa de saída não é mais permitida.
Nesse momento, o máximo que podemos fazer é falar que eles são classificados em uma extensa lista pela ANBID, que é a Associação Nacional dos Bancos de Investimento, conforme abaixo:
Fundos de Investimento e sua classificação pela ANBID (omitidas as subclasses)
I- FUNDOS DE INVESTIMENTO:
1. FUNDOS CURTO PRAZO:
2. FUNDOS REFERENCIADOS:
2.1 Referenciados DI:
2.2 Referenciados Outros:
3. FUNDOS DE RENDA FIXA:
4. FUNDOS CAMBIAIS:
5. FUNDOS MULTIMERCADOS:
6. FUNDOS DE DÍVIDA EXTERNA:
7. FUNDOS DE AÇÕES:
8. FUNDOS EXCLUSIVOS FECHADOS:
II – FUNDOS DE PREVIDÊNCIA
III – FUNDOS OFF SHORE
IV – FUNDOS DE INVESTIMENTOS EM DIREITOS CREDITÓRIOS
V – FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO
VI – FUNDOS DE ÍNDICE
VII – FUNDOS DE PARTICIPAÇÕES
Há duas formas de fazer a comparação de fundos de investimento. Uma delas é a vertical, na qual você passa os olhos nessa lista e verifica aquele tipo de fundo que apresentou o maior resultado no passado. Esta não é um a forma eficiente de realizar a comparação, porque estamos tratando de coisas distintas. Cada um desses segmentos de fundos destina-se a um objetivo específico de investimento, de investidor, de prazo de aplicação, enfim, é muito específica.
Infelizmente, é o que acaba acontecendo quando você recebe o informativo do seu banco. Acaba fazendo a comparação de bananas com laranjas.
A outra forma de análise que me refiro é a análise horizontal, em que você pega uma dessas categorias que se adapta aos seus objetivos, e passa a comparar qual a melhor instituição financeira para suprir suas necessidades no que se refere ao rendimento.
Para ajudar nessa última forma de análise, sugiro uma visita à página do UOLque faz a comparação, de modo que você possa escolher a melhor opção.
Fiz uma postagem com uma comparação de taxas de administração de grandes bancos e dá para notar os efeitos desta taxa na sua rentabilidade.
Outra coisa importante que precisa ser verificada é se aquele, dentre os fundos de investimento disponíveis, está devidamente registrado na CVM. Para os bancos, isso não é necessário, mas acontece que algumas empresas oferecem o investimento em clubes de investimento, “vendendo-o” como se fosse um fundo. Sobre isso fiz uma postagem que pode ser lida aqui.
Uma característica importante dos fundos de investimento é que eles não são garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), mas há uma certa proteção quando acontece a quebra de um banco “patrocinador” da administração do seu dinheiro, conforme comentei nesta postagem.
Fundos
Novas regras para a oferta de fundos de investimentos vieram com a adoção da Análise de Perfil do Investidor – API, que você pode conhecer melhor clicando no texto.
Fundos e a Governança
Como você pode ver no início, há a escolha de uma pessoa para administrar os recursos, e fica espaço aberto para a prática de atitudes reprováveis. Um gestor de fundos tem muitos recursos em suas mãos, o que lhe confere grande poder. Vários prestadores de serviços financeiros, bem como auditorias, etc., podem ser beneficiados com a escolha, por parte do administrador do fundo, da empresa para a prestação do serviço. Isto sem falar nos interessados em vender ativos para o fundo, tais como Certificados de Depósito Bancário (CDB), debêntures, ações, notas promissórias, dentre outros.
Fundos e as outras despesas
Nem só de taxa de administração vive um bom fundo de investimentos. Há também uma série de outras despesas que devem ser acompanhadas com bastante atenção.
Antigamente, muita coisa ficava na taxa de administração, mas isso foi mudando com o tempo. Por isso, fiz esta postagem sobre fundo de investimentos e as despesas.
Balanceamento de carteiras nos Fundos de Previdência Privada
Um comentário interessante para quem pretende balancear a carteira de investimentos é feito nesta postagem sobre a baixa das ações e a previdência privada.
Oi, é uma campanha
“a gente só aprende a amar amando.”
“Amor é prática, diálogo, rotina, envolvimento, mistura, cumplicidade, perseverança e desejo de construir uma familia. Seja solidário ame quem quer ser amado e se deixe amar tb”
Prezado Estou preparando uma materia para uma revista, e posso citar seu nome. Gostaria de saber como estaõ os fundos de investimento em arte. Houve uma lei aprovada, o Banco Itamarati começou a utilizá-lo ,mas foi vendido e não sei quem agora ainda o faz. Por favor me envie alguma informação. Existem fundos ou carteiras na BOlsa de Valores,
Que rentabilidade?
É m bom negócio para os investidores?
Desde já agradeço sua atenção sobre o assunto
Beto. Primeiramente obrigado pelo espaço e pela clareza das informações, parabéns pela forma didatica que vc aborda assunto complexos para pessoas fora deste mercado.
Minha duvida. Tento diversifcar ao máximo meus investimentos sempre com uma vis~~ao de longo prazo com aplicações em fundos de renda fixa atrelados ao IPCA, CDB pos (taxas entre 99,5 a 101% do CDI) Ações (blue chip e fundos de ações), fundos de multimercados, PGBL etc. Porém percebi que o gerenciamento e a rentabilidade nem sempre trazem o resultado esperado. Resolvi que vou centralizar mais minha estrategia buscando o melhor rendimento a longo prazo. Pretendo focar em 80% CDB pos e 20% em ações (estes já estão aplicados a algum tempo). Vc acha que a estrategia de centralização faz sentido?
Olá, Luís Paulo,
Muito obrigado pelo seu comentário. Aproveite bem o espaço e contribua sempre que puder.
Você realmente está com uma “suposta” diversificação, porque há sobreposição de índices semelhantes nos investimentos que você está realizando.
Fundos multimercados às vezes só servem para aumentar as taxas de administração sem apresentar grandes ganhos.
Quanto à composição 80-20, pode ser uma boa opção, dependendo do seu perfil de risco e da sua idade.
Abraço do Beto
Encontrei uma lista com um monte de fundos de investimento no link http://www.guiadeinvestimento.com.br/fundos-de-investimento/
Não sei se a relação está completa e gostaria de saber se o pessoal conhece outros fundos?
Ainda não sei em qual deles eu aplico meu dinheiro. Queria opiniões.
Abs
Arnaldo C.