Você já pensou como funciona um seguro? Trata-se de uma muito bem montada estrutura de probabilidades, acoplada à moderna teoria das finanças. Esta última também associada a cálculos estatísticos. Tudo isso tem origem lá atrás, mas embora alguns registros de seguros datem muito antes de do século XVIII, foi nele que se desenvolveu um conceito elaborado de previdência privada, conforme relata Niall Ferguson em “A Ascensão do Dinheiro”, livro que consta da minha lista de indicações.
Aproveito a postagem de hoje para trazer algumas probabilidades verificadas nos Estados Unidos, e publicadas por Ferguson. O risco de perder a vida em decorrência:
- da exposição a forças da natureza é de 1 em 3.288 (0,03%)
- de incêndio em um prédio, de 1 em 1.358 (0,074%)
- de um tiro, de 1 em 314 (0,32%)
- de cometer suicídio, de 1 em 119 (0,84%)
- de um acidente de carro, de 1 em 78 (1,28%)
- de câncer, de 1 em 5 (20%)
Embora estes dados sejam bastante curiosos, um seguro de vida tem que levar em conta a tábua de mortalidade, que traz a probabilidade de perder a vida para uma determinada idade, englobando todos os riscos a que os segurados estão expostos.
É curioso o modo como eles apresentam numericamente estas chances: 1 em tantos, que eu traduzi para o formato percentual. Diferentemente da numeração decimal, que é muito mais eficiente na hora de fazer contas, para este caso, o formato 1 para tantos é mais rápido para o cálculo de prêmios. Vamos pensar no seguinte: suponha que você fosse fazer uma “aposta” com relação a um determinado tipo de acidente, como um desastre da natureza. Fica mais fácil para você perceber que, se a seguradora deveria oferecer (abstraindo os custos) uma apólice de R$ 3.288,00 para cada real de prêmio pago por você.
Talvez a mania dos anglo-saxões por uma apresentação um para tantos tenha a ver com a relação que esse povo tem com os jogos. Esta representação facilita bastante a questão das apostas.
Fica aí um rascunho da teoria para você pensar na cama.