O aumento dos impostos no final do ano passado, como já noticiaram os jornais, levou ao aumento, no mês de janeiro, das taxas de juros cobradas nos empréstimos.

Como ocorre na maioria das vezes, o impacto maior foi nas operações com pessoas físicas. O resultado foi um outro dado observado pela divulgação dos dados pelo Banco Central: houve um aumento no prazo das operações. Se por um lado isso pode demonstrar uma maior confiança dos credores, que estenderam os prazos dos empréstimos, do outro aponta para o desconhecimento dos tomadores, que topam pagar um montante maior de juros desde que a prestação caiba no seu orçamento.

É uma pena que estejamos baseando o crescimento do consumo interno no financiamento de bens. Este julgamento tem por base a premissa de que os juros são muito altos no País e que é uma verdadeira “maldade” levar as pessoas a mudarem seu padrão de vida a este custo. Principalmente porque não é uma opção consciente, dada a sua ignorância com relação ao assunto.

Vejam que não estou aqui defendendo o controle da cabeça das pessoas, mas que elas tenham noção da outra opção disponível, ou seja, economizar o valor da prestação e adquirir os bens depois.

Logicamente esta segunda e mais ajuizada opção para um país que quer ter cidadãos mais prósperos adiaria o crescimento a pulos de sapo que estamos tendo, mas nos levaria a um processo mais contínuo de aumento da renda.

Enquanto isso não acontece, vamos vendo a bolha crescer.