Quando pensamos nos efeitos da crise no País, imaginamos que os nossos bancos não estavam envolvidos com as hipotecas de alto risco (subprime) no exterior e vamos colocando tranqüilos a cabeça no travesseiro.
De fato, não há um grande e avassalador risco na operação dos bancos locais, que têm feito operações bancárias tradicionais. No dia-a-dia, o que estes bancos têm feito é comprar dinheiro por meio de CDB e vendê-lo na forma de empréstimos, sendo que uma boa parte destes últimos é feita na modalidade de crédito consignado.
A questão é que uma forma de conseguir dinheiro que também vinha sendo utilizada era a colocação de papéis na bolsa de valores e a captação de empréstimos internacionais.
Não preciso nem dizer que estas duas fontes (principalmente a última) se não secaram, estão apenas gotejando.
Nesse caso, o que acontece é que os grandes bancos, com igualmente elevados volumes de depósitos, têm mais vantagem que os pequenos. Esta situação (como me fez lembrar meu amigo Murilo), uma vez que os grandes não têm motivo nenhum para serem complacentes e aproveitarem deste quadro de falta de dinheiro, pode fazer com que a situação dos pequenos fique difícil.
Aí que entra a ação do BC no sentido de liberar o dinheiro que fica retido com ele. Esse dinheiro é, na realidade, parte das aplicações realizadas no banco e que são tirados do mercado pelo BC. Ao voltar à circulação, o aperto dos pequenos diminui, facilitando sua operação. Simultaneamente, há uma redução do custo desse dinheiro, porque aumenta a oferta.