Enquanto isso, na matriz, o jornal Washington Post decidiu cancelar um jantarzinho na casa da sua editora, Katherine Weymouth. Não seria um jantarzinho comum, do qual participariam os amigos dela. Se fosse, não teria porque o jorna interferir no assunto.
A idéia inicial do Washington Post era de “faturar” uma graninha “azitando” por assim dizer, o lobby.
Isso mesmo. Seria um jantar, sem publicidade (off-the-record), cuja participação iria custar US$ 25.000 para os lobistas e para grupos de de interesse que quisessem participar.
Eles não iriam servir caviar ao molho de esmeraldas e ouro. Muito menos o vinho mais caro do mundo. O interesse em fazer parte do evento estaria nos não pagantes. Isso mesmo, um grupo de pessoas participaria da festa sem pagar nada e outro contribuiria com os US$ 25.000 se quisesse ir.
Mas este outro grupo, quem seria? Ah, seriam funcionários do governo Obama e do Congresso, jornalistas do próprio Post e líderes empresariais.
A idéia do “jornal bufê” era oferecer um pacote econômico: US$ 25.000 para um único evento ou “pague dez e leve onze”. Com US$ 250.000 o pagante seria “convidado” para todos os 11 eventos programados.
O evento que aconteceria no dia 27 de julho seria sobre a “reforma do sistema médico” norteamericano.
Toda essa historinha está contada em matéria do New York Times. Ela veio à tona em função de um multiblog de política haver dado a notícia do evento.
A repercussão negativa foi tão grande que a idéia foi abortada.
Conforme o jornal, o negócio de imprensa está feio,
“de modo que muitas organizações têm partido para conferências e outros eventos para levantar uma receita extra, mas o evento planejado pelo Post parecia particularmente audacioso, não apenas para funcionar como um condutor pago entre lobistas e funcionários do governo, como também prover aos patrocinadores a oportunidade de apresentarem suas opiniões aos jornalistas do Post.”
Pois é, para quem acha que é tudo teoria da conspiração…