Muita gente pode ficar assustada com essa pergunta, mas não é difícil acontecer.
Aproveitei um acontecimento recente (o pedido de demissão do Sergio Moro) para mostrar, na prática, como funciona o processo de investimento que pode levar a uma perda no fundo de renda fixa.
Vamos para o exemplo do que aconteceu na sexta-feira fatídica:
As taxas de juros para Jan/2021, saíram de 2,72% a.a. para 3,12% a.a.
Jan/2022, saíram de 3,37% a.a. para 4,10% a.a.
Jan/2023, saíram de 4,53% a.a. para 5,58% a.a.
Jan/2025, saíram de 6,26% a.a. para 7,61% a.a.
Jan/2027, saíram de 7,18% a.a. para 8,59% a.a..
E você? O que você tem a ver com isso?
Se fundo tinha um título com vencimento em 2027 comprado no dia anterior, ele contratou por pouco menos de sete anos, uma taxa de 7,18% ao ano.
Da noite para o dia, esta taxa subiu para 8,59% ao ano.
O que aconteceu foi que aqueles títulos que tinham as taxas mais baixas perdem valor. Veja que em sete anos uma diferença de 1,4% ao ano nos juros, e capitalizados, afeta bem forte os papeis que estão no fundo e têm vencimento para 2027.
E como resolve isso?
Aí você diz Não tem nada que resolver
A gente espera os 7 anos e recebe os 7,18% ao ano e não perde nada.
Não é bem assim. Todo dia entra e sai gente do fundo, de modo que, se alguém sair amanhã, pode ser que o fundo tenha que vender esse título para que ele leve o dinheiro para casa.
Nessa situação, todos os dias os títulos são “recalculados” com base na nova taxa de juros que está sendo praticada.
Assim, se você não tirar o dinheiro do fundo e as taxas vierem a cair novamente quando o ambiente ficar mais estável, esses papéis se recuperam e a perda pode desaparecer.
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