Eu sempre fico com a pulga atrás da orelha quando o assunto é o conteúdo da carteira dos fundos de investimentos. Isso acontece porque uma meia-dúzia de administradores que não se preocupam com o futuro da indústria e querem resultados imediatos, tendem a espantar os investidores mais arredios. Esses investidores preferem produtos que conhecem aos fundos, justamente porque se sentem “enganados” pelos gestores.
Inúmeras são as práticas “desleais”, como a conhecida “troca de chumbo” que se caracteriza pela copra de papéis do banco X para colocar no fundo do banco Y e o banco X compra do banco Y para colocar no seu fundo.
Outra prática possível é a aquisição de papéis mais caros do que seu valor real, com o recebimento de comissões fora dos livros.
A novidade agora são os fundos que utilizam as cédulas de crédito bancário, uma ferramenta para facilitar a negociação com operações de crédito. Depois eu faço uma explicação sobre ela.
Para resumir, o que os administradores de fundos que são ligados a bancos, colocam estes papéis (CCB) na carteira do fundo. Vou explicar: os administradores pegam o dinheiro do fundo (que é do investidor) e compram o CCB do próprio banco.
Acho que em vez de achar “bonitinha” esta prática de quem não respeita aqueles que lhes depositam confiança, os banqueiros e administradores sérios de fundos de investimentos deveriam chamar os “espertos” à responsabilidade. Eles adoram clamar por auto-regulação. Além de ser totalmente adequada uma ação desta natureza por parte do sistema financeiro, esta é uma ótima oportunidade para demonstrar que querem um situação de moralidade neste sistema . .
Este meu comentário teve como fonte uma matéria do jornal Valor Econômico denominada “Operação empurrão” traz risco a carteiras de fundos.