As matérias na imprensa têm me deixado um pouco ansioso com relação às mudanças no cálculo da Poupança. Vou fazer alguns esclarecimentos para tentar alinhavar alguns pontos que ainda não estão claros.
1 – A Poupança não é garantida pelo governo. Embora este seja o senso comum, não é verdade. Quem garante os depósitos na Poupança até um determinado valor é o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), do qual já falamos aqui.
2 – A TR não é taxa de inflação, portanto, os juros de 0,5% ao mês, que acumulados ao ano atingem 6,17 em um ano, não são juros reais, ou seja, livres de inflação.
3 – A TR, se mantido o cálculo atual, “zera”, assim que as taxas de juros de captação chegarem ao nível de 9,19%. Isso acontecerá antes da taxa Selic atingir esse valor, porque os bancos têm estrutura de captação de varejo e conseguem oferecer a clientes menos atentos à relação risco retorno uma taxa de juros inferior à do governo, o que é um contra-senso, uma vez que este último apresenta o menor risco dentre os produtos para investimento no mercado financeiro devendo, portanto, pagar menos, não mais que os bancos.
4 – O dinheiro que sairá dos fundos em direção à Poupança será aquele que está mais exposto a taxas de administração mais elevadas. Por exemplo, não faz sentido em um mercado no qual a taxa média se encontra na faixa dos 11% ao ano, fundos de investimento cobrarem 4% ao ano a pretexto de administração dos recursos. Imagine quando a taxa de juros chegar a 9%. Nesse caso, para cada R$ 100,00 que o investidor aplicar, ganharia R$ 5,00 brutos e o banco ficaria com R$ 4,00.
5 – O dinheiro aplicado na Poupança não vai integralmente para financiamento de imóveis. O percentual é de 65%. Os 35% restantes podem ser aplicados em qualquer coisa, como em títulos públicos, ou nos empréstimos na forma de cheque especial.
6 – O Tesouro Direto seria a melhor opção para o pequeno poupador que disponha de R$ 200,00 por mês para aplicar pelo período de uns 8 meses, ou que juntasse o dinheiro em uma Poupança até chegar a este valor, e aplicasse por esse período, no mínimo. O título para este caso é a LFT.
O problema é que embora tenha sido planejado para possibilitar ao pequeno o investimento em títulos do Tesouro Nacional, algumas pessoas não se submetem ao processo de abertura de conta em corretora, o que dificulta o acesso delas ao produto. Além disso, ficam um pouco desnorteadas quando se deparam com aquela lista de títulos para escolher.
7 – Apesar de haver crescido muito, apenas um fundo de um grande banco de varejo possui mais de 50% do saldo do Tesouro Direto.
8 – A Poupança possui mais de 73 milhões de aplicadores, sendo que destes, mais de 58 milhões possuem um saldo de até R$ 1.000,00.
9 – Embora encontremos justificativa para a existência de fundos DI, deveríamos buscar fundos de investimento para complementar (ou até mesmo diversificar) nossa carteira, com operações mais sofisticadas e, adicionalmente, que atuassem em mercados dos quais, pelo nosso tamanho (pessoas físicas de renda mediana), estaríamos impedidos de participar. Tais fundos, certamente, não serão empecilho para a queda das taxas de juros. Ao contrário, eles talvez se beneficiem dessa queda.
10 – Um fundo de investimento do tipo referenciado DI deveria ser mais barato de administrar do que isso, uma vez que (apesar de, no caso do varejo haver muitas transações), o gestor não precisa realizar operações muito complexas para atingir o objetivo de rentabilidade do fundo.
Filosofia pura: Pode ter certeza que, quando o Tesouro Direto assumir uma importância no mercado tal qual a Poupança, ou os bancos vão estar estar com pouco poder, ou as regras do Tesouro Direto serão mudadas.
Quando o governo divulga que pretende alterar o rendimento da caderneta de poupança , que é sabiamente estabelecido em lei, pelo
legislador, exatamente para proteger a poupança nacional contra a especulação financeiro, dando mais estabilidade ao sistema financeiro, demonstra que não tem mais interesse em preservar um sistema financeiro estável, o qual tanto nos protegeu na atual crise, incentivando de forma inconsequente os Brasileiros a deixarem de fazer poupança. O Presidente LULA declara abertamente que poupança não é investimento e que deve apenas proteger o capital aplicado da inflação, ou seja, quem faz poupança deve deixar o seu dinheiro de graça para os Bancos movimentarem e ganharem os seus lucros nas costas dos poupadores. Na verdade a intenção do governo é forçar o Brasileiro que tem poupança aplicar suas economias em fundos de investimento os quais não dão nenhuma garantia ao poupador, pois no ato da aplicação os gerentes dos Bancos, inclusive Bancos públicos, Banco do Brasil e Caixa, apresentam um documento onde o aplicador issenta o Banco de qualquer responsabilidade por perdas na aplicação, ou seja, o Banco só embolso os lucros, os prejuizos são do poupador. Com essa politica o gover-
no LULA pode fazer com que muitos Brasileiros percam suas suadas economias adquiridas, na maioria das vezes, fazendo poupança durante
toda uma vida para ter algum recurso nos dias difíceis pois, neste pais, quem não é Grande Empresário ou alto funcionário público com
seus empregos e aposentadorias integrais garantidas, necessita ter uma poupança segura e incentivada pelo governo.
O que o governo LULA está fazendo é terrorismo. Isso é muito perigoso para uma nação como o Brasil, onde ainda temos uma sociedade muito
desigual e injusta.
O governo só se preocupa com a saúde financeira das empresas, Bancos e Grandes Empresas, mas a saúde financeira dos Brasileiros que necessitam fazer poupança, essa, está sendo negligenciada. Será que as pessoas, ou seja, o ser humano não tem mais importância? Será que tudo pode ser feito com a desculpa de mais crescimento econômico?
Em relação aos Juros no pais, o que está diminuindo é a remuneração que os Bancos pagam ao poupador (investidor), basta ver as taxas médias que são cobradas pelos bancos para emprestarem dinheiro para as pessoas. Se o governo estivesse interessado em baixar as taxas de juros no Brasil teria começado diminuindo o spreed Bancário.(Diferença entre a taxa paga aos poupadores e a taxa cobrada pelos bancos).
O governo está é aumentando, cada vez mais, o lucro dos Bancos as custas das economias de quem necessita fazer poupança no Brasil.
Ao incentivar as pessoas a sairem da poupança para aplicações de risco (que ele chama de setor produtivo), também beneficia os Bancos, pois eles dispom do dinheiro dos poupadores (investidores) para gerar seus próprios lucos, e não se responsabilizam por esse dinheiro.
Essa politica do governo LULA de desestimular as aplicaçoes seguras, incentivando os brasileiros para aplicarem em fundos de investimento, que para serem atrativos mesclam títulos do governo com papeis de mercado como açoes, é uma irresponsabilidade, podendo levar alguns brasileiros que necessitam fazer poupança segura a terem sérios prejuizos. Na atual crise podemos perceber o que aconteceu com as aplicaçoes em bolsa de valores. É muito estranho que um governo, que afirmou que as economias dos brasileiros teêm que ser protegidas da especulaçao agora esteja jogando os brasileiros para um mercado financeiro de alto risco. Porque isso está acontecendo? Porque aderir ao sistema de investimentos de altos riscos praticado nos Estados Unidos? Será porque agora o LULA é o cara?
Essa é a hora do Brasil mostrar criatividade fortalecendo o seu sistema de captaçao de recursos financeiros através do incentivo ao investimento responsável evitando copiar sistemas de paises como os Estados Unidos baseado em fortes especulaçoes e riscos em bolsa de valores. Chega de sermos submisos ao
sistema da especulaçao em bolsa de valores. Vamos valorizar o investimento responsável, ou o governo quer ver as economias poupadas pelos brasileiros perdidas na especulaçao financeira nas bolsas de valores? Será que esse é o socialismo que o PT quer para o Brasil, ou será que o PT abandonou o socialismo?