Reproduzo um comentário muito interessante que foi feito pela CVM, quando do lançamento da Instrução 450: “O investidor brasileiro está acostumado com altas rentabilidades, associadas a baixo risco de crédito e reduzida volatilidade”. A tradução é que o investidor ganhava muito, com pouco risco. Ao mesmo tempo em que pronunciou tal pensamento, a CVM divulgou estatística interessante, mostrando que houve uma migração muito forte dos investidores para opções mais arriscadas, em busca de maior rentabilidade.
Sem querer estragar a festa daqueles que estão nesse processo migratório, queria lembra-los que esta opção embute riscos que vocês podem não estar dispostos a correr. A bolsa está subindo, quase que sem parar, há mais de três anos, justamente o período em que a rentabilidade dos fundos tradicionais nos quais colocávamos nosso dinheirinho e obtínhamos os maiores rendimentos do planeta (ainda são os maiores do planeta, apesar de haverem diminuído). O que eu quero dizer com isso? Que, se os novos ousados não tiverem memória boa, vários foram os acontecimentos nos últimos 13 anos, começando pela crise do México(1994), da Ásia(1997), da Rússia(1998), do Brasil I(1999), da Internet, do Bin Ladem(2001) e do Brasil II (2002 – risco Lula), que levaram a bolsa a sofrer abalos capazes de levantar os cabelos dos mais tranqüilos.Vá com calma e aproveite bem dessa calmaria.
2007-04-04