Antes de começar essa discussão, gostaria de deixar claro que a minha opinião sobre bolsa é a de que você deve estar com uma parcela do seu patrimônio por lá (dependendo da sua faixa etária, da sua disponibilidade financeira e do seu perfil de risco), porém, essa participação não deve deixar você viver de olhos vidrados na tela dos pregões. A menos que você seja funcionário de uma corretora, de uma administradora de ativos ou de um banco.

Para tentar deixar uma mensagem para aqueles que estão nesse mercado, que passam o dia procurando notícias para saber se continuam ou se saem, entendo que o gráfico abaixo, que é do Ibovespa, pode ajudar na formação da sua cultura de investimentos.

Infelizmente não vou comentá-lo hoje como queria, mas apenas dar uma passada no assunto, e deixar espaço para a discussão, que faremos com o tempo.

Aliás, esperar para saber o que vai acontecer com o mercado é uma dúvida que muito analista de bolsa deve estar se fazendo até hoje.

Bom, a linha inferior do gráfico é o índice Bovespa corrigido pelo IGP-M a valores de junho/2007. A linha superior refere-se ao mesmo índice corrigido pela variação da taxa Selic. Esta última linha mostra o seguinte: se você houvesse investido em ações no ponto “A”, e ficado com elas até o final de junho de 2007, você estaria perdendo para a Selic (ou para o DI). Inversamente, se sua compra foi no ponto “B”, suas ações valorizaram-se mais do que o dinheiro aplicado em algum ativo que renda Selic (título público por exemplo).

A primeira moral da história é: não basta que a aplicação seja de longo prazo para ganhar ou perder com a bolsa. Tudo vai depender da hora que você entrar.

Com essa mesma linha de raciocínio você pode interpretar o investimento com relação à inflação, na linha inferior. Nesse caso, contudo, se você estava na bolsa em Junho de 2007, onde quer que tenha entrado nesses últimos dez anos, você ganhou da inflação. Contudo, perceba que se você entrou e saiu antes de junho/2007, nada se pode garantir com relação à sua perda ou ganho.
Depois a gente continua.