Depois de toda a festa dos empréstimos feitos a quem não poderia pagar (os subprimes americanos), estão procurando os culpados. Eu lhes digo: sempre que a coisa está boa, o controle vai para o brejo.

Sei que não há novidade no que estou escrevendo, mas não custa repetir. Quando o céu é de brigadeiro, os cuidados com os controles são deixados de lado. Vou dar um depoimento de algo que vivi: quando trabalhava em um banco privado, quando a situação estava apertando e a rentabilidade indo por água abaixo, toda e qualquer liberação de cobrança de tarifas tinha que ser autorizada pela diretoria. Até mesmo os erros inequívocos de cobranças só poderiam ser desfeitos com o aval de um diretor responsável. Quando vinha a bonança, a primeira coisa que diziam era: “Isso é um absurdo! Um diretor não pode ficar perdendo tempo aqui autorizando todo e qualquer estorno de tarifas! Ele tem que autorizar negócios…”

Não creio que, devido à escassez de negócios dos tempos de crise, os diretores tivessem que ter o seu tempo preenchido pela autorização de estorno de tarifas. Na minha humilde opinião, quando o dinheiro está entrando, ninguém se preocupa em saber por onde está saindo.

Essa regra se aplica tanto a nossas finanças pessoais, quanto à administração de um banco, quanto aos gastos do Governo. Nós vamos ver quando o vento mudar de direção a turma querer cortar gastos e “melhorar a gestão”.

Por isso, no momento, eu sugiro a todos que aproveitem a bonança em que vivemos para aumentar os controles.