O conceito mais conhecido e menos praticado pelos investidores de pequeno porte é o de comprar na baixa e vender na alta. Contudo, há alguns que se interessam por ele.
Vamos ver esta pergunta:
Prezado Beto,
Esta foi minha primeira visita no seu Blog e gostei muito do que vi e li.
Tenho uma pergunta sobre tesouro direto e gostaria de saber se no seu livro poderei estudar sobre o assunto de minha pergunta, descrita a seguir. Eu gostaria de adquirir títulos do Tesouro Direto mas não para carregar até o vencimento, mas sim comprar quando o preço começar a subir, confirmando com a SELIC começando a baixar e e vender quando o preço começar a cair confirmando com a SELIC começando a subir. Também penso em adquirir NTN-B com o prazo mais distante. Minha pergunta é se esta é uma estratégia muito arriscada ou tem boa chance de dar certo?
Desde já agradeço.
Jose Americo
Esta estratégia não é muito arriscada, desde que se disponha de tempo (dinheiro) para manter o papel na carteira caso dê errado. De fato, estamos falando de especulação.
O funcionamento desta atividade, em qualquer mercado, assemelha-se. Vamos imaginar que todas as pessoas tivesse conhecimento de quando os títulos (ações, imóveis, ouro, etc.) fossem subir ou cair de preço. A medida imediata seria comprar o máximo possível do ativo. Esse movimento de compra, por sua vez, faria com que o preço subisse antes do esperado, reduzindo ou mesmo eliminando a possibilidade de ganho.
Por isso, a prática dessa estratégia não é trivial.
Quem pode precisar se estamos com a taxa de juros mais alta nesse momento? Será que ela não subiria ainda mais? Vamos imaginar que fosse feita uma compra hoje (esta postagem está sendo escrita em um momento em que a taxa está quase 50% mais alta do que há um ano e com perspectiva de subida). Quem garante que ela não subirá ainda mais? Pior que isso: quem sabe o dia que ela irá voltar a cair?
A única certeza que temos (a menos que você tenha informação privilegiada) é de que haverá variação, mas de qual magnitude e de quando, fica para o campo da adivinhação.
Assim, se é possível administrar este risco desde que se tenha capital disponível.
Boa tarde Beto!
Com relação a dúvida do nosso colega sobre comprar na baixa e vender na alta no contexto do Tesouro Direto é viável devido a cobrança de imposto e emolumentos? Pois sempre tive a ideia de que o Tesouro Direto é um investimento onde o ideal é ficar até o prazo final para ser viável em muitos aspectos sobre outros que não possuem taxação, mas o juros é menor.
Um grande abraço.
Beto,
Muito obrigado pela resposta. Creio que precise complementar minha questão, pois pelo que pude observar no desempenho das NTN-Bs desde 2011, é que sempre que o COPOM aumenta a SELIC, o preço dos títulos baixa, e sempre que o COPOM baixa a SELIC, o preço dos títulos sobe. Como a SELIC é ditada pelo COPOM, minha estratégia não seria de aposta de que a taxa de juros já subiu o bastante e depois de certo ponto irá cair ou vice-versa, mas sim reagir as diretrizes do COPOM quando este publica a taxa SELIC para determinado período. Você ve fundamento por este ponto de vista?
Obrigado e um abraço
Jose Americo
Beto, para ilustrar melhor, se tivesse comprado uma NTN-B com vencimento em 2017 em 25/08/11 quando a SELIC baixou de 12,41 para 11,91%(portaldefinancas.com) a R$ 2.104,90 (preço de compra) e tivesse vendido em 06/03/13, na quarta-feira da semana seguinte que a SELIC subiu de 7,11 para 7,18% a R$ 2.534,33 (preço de venda) teria um lucro antes do imposto de 20,4% com mais 3 cupons de juros 9%, estaria embolsando quase 30% em 1 ano e 5 meses (aproximadamente 1,55% a.m.), sem reaplicar os juros dos cupons. Por favor me corrija se fiz alguma consideração errada e me de sua opinião se isto foi uma casualidade ou é uma estratégia que tem boas chances de dar certo e pode se aplicada novamente.
Um abraço
Jose Americo
Tenho a mesma duvida do nosso amigo Jose Americo. Uma pena nao haver resposta. 🙁