O Raul faz o seguinte comentário na forma de pergunta:
1-Por que os juros americanos não foram subindo aos poucos?
Eles foram subindo aos poucos no começo e depois aceleraram. A lentidão inicial se deu porque havia uma certa complacência, segundo relatos (fiz até uma postagem aqui), do Governo, com a venda de imóveis. O entendimento era o de que o maior número de pessoas possível deveria possuir um imóvel para que fosse também um aliado da idéia de propriedade privada. Além disso, uma subida nos juros iria afetar a economia e o crescimento, trazendo transtornos políticos ao governante de plantão, e os bancos centrais não são tão independentes assim.
2- ou por que os empréstimos não ficaram mais selecionados para, assim, reprimir o consumo e o excessivo crédito imobiliário? Evitando a criação de uma situação altamente instável e perfeitamente prevista por todos os economistas, para que então uma súbita instabilidade e retirada de créditos que obrigasse os bancos a cobrar seus empréstimos?
De certo modo, dada a situação, era necessário dar um “freio de arrumação” para suspender o crescimento do rombo. Devemos nos lembrar também que os executivos dos bancos, que não tinham incentivos para diminuir a geração de receita e, com isso, suas bonificações (comissões com base no resultado do banco). Infelizmente, eles comeram a “galinha dos ovos de ouro” cozida.