É, você deve estar pensando: “descobriu a pólvora”. Sim, você está com a razão, como na maioria das vezes (deixe eu ganhar alguma, não é?). Na realidade, sua percepção conta com respaldo científico há pelo menos 30 anos (se você não havia nascido, relaxe).
Como grande parte dos livros de finanças comportamentais registram, a tese de que as pessoas sentem a perda com uma intensidade duas vezes e maior do que o prazer proporcionado pelo ganho é defendida pelos pesquisadores da área.
Isso nos faz refletir sobre, até mesmo, nossos relacionamentos. Mas vamos deixar o romantismo de lado e voltemos ao fato de que perder R$ 1.000,00 é duas vezes pior do que ganhar os mesmos R$ 1.000,00, isto é, teria que ganhar R$ 2.000,00 para compensar um sentimento ruim de perder R$ 1.000,00, em termos emocionais, é claro.
Uma novidade é que, segundo novas descobertas, a dor tende a diminuir com o grau de conhecimento que temos do mercado financeiro. Duas pessoas diferentes que nunca aplicaram em ações tendem a apresentar comportamentos distintos em relação às perdas, mesmo que partam do mesmo sentimento inicial.
Suponha que a pessoa A simplesmente adquira os papéis e não faça nenhum estudo sobre o mercado acionário e que a pessoa B realize o mesmo investimento, mas aprofunde sua leitura.
Uma característica dos textos que tratam de renda variável (ações, por exemplo) é ressaltar os riscos de variação nos preços desses papéis. Tais textos discutem, também, como os investidores deveriam se comportar em momentos de baixa.
Toda carga de informação à qual é submetida a pessoa B, de certo modo, modifica seu comportamento. Segura o seu ímpeto de vender de forma impensada ao primeiro sinal de baixa nos preços.
Se é mesmo assim, a lição que resta é: vamos nos educar melhor para sofrermos menos.