Curioso quando vemos alguém que tem a mesma opinião que nós. É ótimo concordar. Certamente, a discordância é, do ponto de vista intelectual, mais frutífera, mas a preguiça é brindada com o consenso.
O preâmbulo inicial é para comentar um boletim do Max Gehringer veiculado na última sexta-feira na CBN. Como sempre, muito articulado intelectualmente e dotado da diplomacia que um consultor do seu nível precisa ter, Gehringer aborda, por vias transversas a questão das tribos.
É curioso notar como temos a tentação de nos posicionarmos em grupos de comportamento semelhante e, como pior dos resultados, nos posicionarmos de maneira conflituosa com as tribos distintas. Os do “feedback” rechaçam os do “tipo assim”, e tipo assim por diante.
Na verdade, acabam (mos) sendo todos iguais: recheados de preconceitos.
Transferindo o papel sociológico para o comentarista da CBN, vamos ouvir o que ele disse, cheio de diplomacia:
Para dar sustentação à minha tese, vou destacar os seguintes trechos:
“Não é só uma questão de estilo, é uma maneira calculada de se diferenciar.”
“Se ele se transferir para uma área de marketing (…) irá vestir-se de outra maneira.”
“Não é uma manifestação pessoal pessoal de independência e de desdem pelo vestuário. Pelo contrário, ele está copiando o estilo dos criativos da empresa em que trabalha. Ele mostraria que é independente se fosse trabalhar de terno e gravata.”
Voltando à vaca magra das finanças pessoais, quero dizer que, o que acabamos de ver é a nossa própria imagem no espelho (ou o nosso próprio som no alto-falante). Nós copiamos estilos e às vezes esta cópia custa caro. Temos que nos manter sintonizados com o grupo (tribo) a que pertencemos ou, pior, elegemos duas ou mais tribos (uma para o trabalho, outra para os finais de semana, etc.).
Assim, encerro este breve ensaio sociológico, que tem alto valor no âmbito das discussões sobre finanças pessoais. Sem considerar o aspecto tribal, não sairemos do lugar no que se refere a uma vida financeira saudável.