Eu recebo o resumo das principais notícias do jornal Valor Econômico e hoje vou aproveitar a véspera do fim-de-semana para fazer um comentário profundo tal qual um pires sobre as manchetes.
A primeira matéria de destaque da conta de que houve um aumento de 30% na importação de iates de luxo no Brasil. Fico verdadeiramente muito feliz com estes números, principalmente pelo impacto negativo que eles provocam na balança comercial do País. Pode até ser uma gota no oceano (que lástima de trocadilho!) em termos de dinheiro, mas vender soja para comprar iate, é para matar.
De qualquer forma, cada um gasta com o que quer e, como dizem os sábios populares, iate bom é o do amigo. Acho até que no livro Pai Rico Pai Pobre (um verdadeiro choque para as mentes desavisadas), uma das recomendações é a de NUNCA adquirir sequer uma lancha. Imagine um iate.
Vamos para outro destaque que me chamou a atenção: “Cade prevê volume recorde de fusões em 2010”. Ora, o Cade deveria estar é freando este volume recorde de fusões, mostrando que aqui é melhor duas do que uma, porque gera mais concorrência e ponto. Mas isso é opinião de quem não entende nada do assunto.
Por falar em não entender nada, como não falo de política, mas sou incherido, achei legal o seguinte: “Dilma e Ciro ensaiam reaproximação”. Pergunta um: já tinha rolado alguma coisa? Pergunta dois: Cadê a Patrícia Pillar?
Bom final de semana!
Boa, Beto!
Beto,
Não tem nada de curioso na manchete. O fato de o Cade esperar receber um volume recorde de fusões este ano não significa que aprovará todas elas. Pela lei antitruste brasileira, os atos de concentração são apresentados ao Cade depois de anunciados pelas empresas. Observe que a matéria diz que o Cade “recebeu” 384 novas fusões e aquisições e não que as “aprovou”.
Complementando: os atos de concentração (fusões/aquisições) julgados pelo Cade não envolvem necessariamente empresas concorrentes.
Muito bons comentários…
sobre o pai rico, me lembro do que ele fala que a menina ganhou uma lancha no jogo e a lancha estava devorando-a viva. Isso porque da lancha a menina não conseguia nenhuma renda. Entretanto, se formos pensar assim, somente compraremos coisas que nos retornem em renda. Por outro lado, acho que depois que a pessoa chega numa idade mais avançada, tipo, 80 anos, já se viveu tudo que podia e “perde” um pouco a vontade e ganancia pelo dinheiro e ai começa a comprar o que lhe dá prazer. Lembra-se da Ana Maria Braga e seu iate? – retorno zero, prazer mil. Ainda fico com o retorno zero. (Digo isso pq ainda sou jovem. Daqui 60 anos volto a responder essa questão). Abs e bom fds.
Lincoln
Olá, Flavio,
Muito obrigado pelo seu comentário. Você tem toda a razão. Eu, inclusive, conheço a Lei Antitruste brasileira.
Na realidade exagerei um pouquinho depois de ver, ainda que certas dessas operações não haverem sido julgadas pelo órgão de defesa da concorrência, fusões como a da Brahma e Antarctica (Ambev), da Oi com a Brasiltelecom, Pão de Açúcar com Casas Bahia, dentre outras.
Abraço do Beto
Olá, Lincoln,
Excelente comentário, que vai gerar uma discussão em uma nova postagem.
Abraço do Beto
Beto,
A fusão Brahma-Antarctica foi julgada, sim, pelo Cade, que decidiu por maioria aprovar a fusão com algumas restrições. Se você procurar no site acha a documentação toda do caso.
Olá, Flavio,
Quanto à questão da Brahma com a Antarctica, eu tenho conhecimento de que o caso foi julgado pelo Cade e é uma das principais razões pelas quais eu não tenho muita fé nesses sistemas que se utilizam de discussão técnica para fazer julgamento político, quando o que está em jogo são relações fortes de poder.
Assista à entrevista do juiz Fausto de Sanctis no programa Roda Viva da TV Cultura que você entenderá como eu penso.
Abraço do Beto