Já falei sobre a indústria beleza e do quanto ela fatura, com destaque especial para o Brasil. Falei de botox e de outras coisas ligadas à indústria da moda, como o lançamento das ações da Le Lis Blanc.
Curiosamente, conversando sobre assuntos aleatórios surge o tema da medicina dermatológica que, por associação, acaba se envolvendo com assuntos ligados ao envelhecimento corpóreo. Nesse campo, a prescrição de medicamentos de tentativa de manutenção da juventude tem se tornado cada vez mais presente.
A fonte da juventude sempre foi algo buscado pelo ser humano, atitude esta que não se pode negar a importância. Tanto do lado puramente estético (vorazmente combatido pela intelectualidade), quanto do cerebral, parar o tempo no que se refere exclusivamente ao desgaste celular, é valioso e digno de esforço.
Por outro lado, no almoço de hoje me vi inspirado para escrever imediatamente esta postagem, ao ver um garotinho (literal) chamando uma senhora que estava ao seu lado de vovó, sem nenhum parentesco com ela.
A senhora de cabelos brancos realmente se sentiu bem com aquela referência e, adicionalmente, dirigiu à criança um sincero sorriso e umas palavras que não consegui escutar.
Inferi, naquele momento, que as senhoras de cabelos brancos e carinhosamente chamadas de “vovó” passarão a representar um grupo que se tornará cada vez mais escasso de agora em diante, em que pese o envelhecimento da população.
Os “vovôs”, então, limitar-se-ão aos casos familiares, isto é, só os descendentes reais terão autorização para utilizarem o vocativo. Em alguns casos, até estes terão tal direito cassado. Para um exemplo, posso citar o filme “O Solteirão”, com Michael Douglas.
O resumo da ópera é que netinhos e demais crianças podem ir tirando o vocativo do seu repertório, enquanto vovôs e vovós tirarão mais dinheiro das carteiras para seus tratamentos e, consequentemente, poderem calar as crianças.
É a vida moderna.