Um breve pensamento me passou pela cabeça. Quem conhece o mundo digital sabe que tudo são dígitos e que a interpretação desses dígitos é que os transforma em alguma coisa inteligível.
Vou dar um exemplo: um arquivo MP3, só tem em seu interior zero e uns. Da mesma maneira, uma foto armazenada no formato JPG também em nada difere quanto ao conteúdo binário. Qual é a diferença, então? A diferença está na interpretação do conteúdo. Se você ler um arquivo JPG com a decodificação prevista para um MP3, não ouvirá nada. Ou, se o arquivo tivesse o nome mudado, com relação à terminação (extensão, tipo ou como queira chamar o que vem depois do ponto no nome do arquivo), e o programa insistisse na leitura, reproduziria algo muito estranho, se é que conseguisse reproduzir algo.
Isso acontece comumente quando abrimos arquivos de textos com o programa errado, ou com o bloco de notas, e nos deparamos com um monte de caracteres que, em conjunto, não fazem o menor sentido.
A nossa mente também faz conversões de dados objetivos (que poderiam ser até zeros e uns) em representações. Captamos sinais objetivos do mundo exterior e utilizamos nossos programas de leitura. Há algumas diferenças, dentre elas as subjetivas, dado que cada cabeça tem sua série de programas para ler os diversos dados; e as modificativas, isto é, estes programas acabam lendo as coisas de maneira diferente a cada nova leitura.
Seria muito bom, para acabar com o sofrimento de algumas pessoas, que fosse possível programar esses leitores para que os dados objetivos levassem sempre a resultados positivos ou pelo menos indiferentes. Outra opção seria termos a consciência de que os fatos são objetivos e que a sua leitura é que afetará o nosso estado de espírito.
Um dos grandes problemas de educação financeira é a forma de interpretar o consumo e o dinheiro. E o papel do educador é tentar “modelar” este entendimento, para que os efeitos nocivos da falta desse entendimento sejam minimizados.
Muito bacana seu artigo Beto!
Ser um educador financeiro exige um grande esforço; saber passar a mensagem para que as pessoas reflitam a cerca do comportamento envolvendo consumo e dinheiro é fundamental.
Nota 10! Abraço
Excelente artigo! Tudo digital facilitaria muito a vida da gente, porém tudo se tornaria virtual e menos sentimental. Aquela foto que a sua vó tirou 70 anos atrás, envelhecida e que traz boas memórias acabará não existindo mais.
é o preço que pagamos.
um abraço,
guilherme da luz
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