Semana passada o Google anunciou que não permitirá a divulgação de publicidade de empresas que realizam operações de crédito com taxas abusivas (nos Estados Unidos).
O gigante da tecnologia tomou uma atitude bem interessante com relação àquelas empresas. Para ser sincero, espero que não pare por aí, e que passe a coibir a divulgação de outros segmentos econômicos que fazem tão mal quanto os empréstimos com juros extorsivos.
De fato, se pararmos para pensar, essa modalidade de crédito existe há muito, e passou a ser praticada com mais frequência quando o crédito saiu da condição de exceção para tornar-se regra.
Lembro-me de que o crédito era uma opção pouco acolhida no meio em que vivia. As pessoas que pediam dinheiro emprestado eram vista mais como descontroladas financeiramente. Hoje não. Quem não toma crédito, não é mesmo?
O que falta questionar é o motivo pelo qual as pessoas recorrem ao dinheiro dos outros para “realizar seus sonhos”. Vejam: esta é a retórica, é a mensagem que é passada diuturnamente!
Saímos do mundo em que realizar o sonho é algo que se constrói, para o planeta do que é algo que se compra imediatamente e se paga com o cartão de crédito.
Nesse planeta, o crédito é peça indispensável, pois sem ele o imediatismo da satisfação não se concretiza.
Afirmo que o fato de o Google ter tirado os candidatos a credores “exploradores” não resolverá o problema da exploração, vez que esta continuará a ser exercida, por aqueles que pregam o imediatismo e o consumismo como única forma de tornar a vida das pessoas mais feliz.
Faria melhor o Google se agisse no sentido de reduzir a ansiedade das pessoas por bens de consumo, mas aí a própria existência da estrutura de receita da gigante estaria em xeque.
Qual ser o parâmetro que o google vai usar para dizer se é abusivo ou não
Só existem os exploradores porque existem pessoas que aceitam pagar
Olá, Marcos,
Empréstimos com juros altos, como parâmetro, o Google entende ser aqueles com 36% ao ano.
Abraço do Beto