Vou começar uma discussão sobre a redução do custo de crédito para as pessoas de baixa renda (assunto novo…). Gostaria muito de ouvir as opiniões de quem tiver acesso a esta postagem.
Crédito para pessoas de baixa renda e de baixa instrução tende a ser caro em todo o mundo. Há uma série de justificativas para o custo elevado, dentre elas o maior risco da operação, o custo operacional, etc.
Quando pensamos em um empréstimo de R$ 200,00, se a taxa de juros for de 5% ao mês, o negócio renderá, brutos R$ 10,00 por mês. É um absurdo se visto do ponto de vista percentual. É razoável se visto do ponto de vista numérico. É um absurdo se visto do ponto de vista da participação na renda do tomador. É insignificante se comparado à renda do credor. Só se justifica em uma situação na qual o credor tenha uma estrutura altamente eficiente de concessão, com poucos papéis, sistema altamente especializado, baixo custo de comercialização, enfim, requer uma estrutura administrativa cuidadosamente planejada para desenvolver esse mercado.
Às vezes pensamos que taxas mirabolantes de juros são restritas ao nosso Brasil. Isto não é fato. Nos Estados Unidos, uma modalidade de crédito denominada “empréstimo do dia de pagamento” é de fazer nossos donos de financeira se sentirem caridosos na estipulação das taxas (que chegam a 14%). Por lá, a operação é assim: o consumidor dá um “cheque-pré” de US$ 100,00 e recebe exatos US$ 85,00 em um período que vai de 10 a 15 dias para o recebimento do salário. Se eu for bonzinho e considerar que o prazo é de vinte dias, a taxa mensal dessa operação é de mais de 27%. Mais de 1700% ao ano!
Pois bem, me parece que tanto aqui quanto no mundo todo a solução para baratear o crédito para o pequeno é mais complexa do que tendemos a imaginar.
O tema não para por aqui. Vamos comentar.
Acredito que esse tipo de emprestimo, ao mesmo tempo que possa ser aproveitador da falta de nocao do devedor, induzindo-o a pegar emprestimos que nao pode apagar, ao mesmo tempo tambem eh uma forma de dar credito a pessoas que precisam de pouco dinheiro pra uma emergencia, por ex.
Nao eh de todo mal. Seria interessante que tivesse junto algum tipo orientacao.
Olá, Marcia,
Muito obrigado pelo seu comentário.
Acho que é bem por aí. Infelizmente, há casos em que as pessoas tomam crédito sem necessidade alguma, mas não há nada que se possa fazer sem que se eduque financeiramente a população. O que, diga-se de passagem, é querer demais para um povo cuja educação básica de qualidade ainda é um bem de luxo.
Abraço do Beto