Algumas pessoas tentaram nos fazer crer que a compra de um bom percentual de um dos maiores bancos privados brasileiros por um banco estrangeiro foi o contrário, mas não foi. Simplificando: O Bank of America comprou parte do banco Itaú com o pagamento na forma da entrega de um outro banco que o primeiro possuía no Brasil, o BankBoston.
A operação, que não encontrou nenhuma resistência do Banco Central, contribuiu para a concentração bancária. O que é concentração bancária? É quando menos instituições financeiras ficam à disposição da escolha dos cidadãos ou quando elas combinam preços de tarifas e montatnes das taxas de juros.
Vejamos o que aconteceu. O Bank of America, em vez de contratar uma série de diretores, serviços de processamento de dados, além de alugar computadores e um monte de outras coisas superpostas, troca a carteira de clientes (o “filé” do banco) por uma participação no Banco Itaú. Assim, toda essa superposição acaba e o lucro é maior para ambas as instituições.
Eu lia o Jornal Valor Econômico quando vi que vem mais “consolidação” por aí. Consolidação, plagiando o José Simão, é o tucanês para concentração, diminuição da concorrência, etc. Essa concentração se dará na forma da compra, no mercado internacional, pelo mesmo Bank of America, do ABN AMRO, o banco holandês que é dono do Banco Real no Brasil. Assim, veja você, a prevalecer a boa vontade do Banco Central, o Bank of America poderá adquirir mais um pedaço daquilo que poderá ser o mega Itaú (Itaú + Real). Acho que os outros bancos, com ciúmes, vão querer botar a colher nesse negócio. Quem sabe?
Quero deixar claro aqui que não estou confirmando isso. Apenas repetindo o que saiu no jornal (tenho uma cópia comigo).
Mas esse papo todo para falar de juros ao consumidor? Bom, se a concentração aumenta, os bancos têm mais chances de aumentar as suas taxas, pois têm menos concorrentes. Por outro lado, o otimista poderia pensar que, ao aumentar a participação de um banco americano em um grande banco privado brasileiro, as taxas de juros praticadas naquele país fossem replicadas aqui. Por outro lado, de novo, poderíamos julgar que os americanos compraram a participação no banco brasileiro porque preferem fazê-lo (praticar essas taxinhas “módicas”) por meio de terceiros tupiniquins, já mais acostumados.
Mais uma vez, tirem suas conclusões.
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