Essa festa toda em torno do fato do montante de reservas ser maior do que a dívida externa é uma graça. Sim, a reserva em dólares é maior do que nossa dívida. Sim, isso é bom para a credibilidade do país. Porém, estamos esquecidos da dívida interna, que rende uns 11% ao ano aos que detêm os títulos emitidos pelo Tesouro Nacional.

Para quem gosta de comparações, FHC parece haver levado a dívida de R$70 bi para R$670 bilhões ou algo assim. Pois bem, Nesse Governo, foram acrescidos outros R$ 530 bi e o papagaio já está em R$1,2 trilhão.

Outra coisa que vi no Jornal Nacional de hoje e achei muito perigoso foi quando apareceu um contador que devia dinheiro mas tinha aplicações. Perigoso porque pode passar a impressão de que é bom que as pessoas façam o mesmo: dever e ficar com dinheiro aplicado.

A pergunta do repórter era simples e lógica: se possuímos reservas maiores do que a dívida, porque não pagamos logo e acabamos com isso?

A resposta do contador foi a de que a dívida dele era mais barata do que o rendimento que ele tinha na aplicação. Apesar de eu duvidar um pouco disso, vamos acreditar que é verdade. Contudo, no caso do Brasil não é. Nossas reservas estão aplicadas a taxas muito mais baixas do que aquelas que pagamos pela dívida.

O que ocorre é que é mais seguro para nós termos dinheiro vivo (no caso, as reservas) e mantermos o custo dos empréstimos porque se houver uma situação de crise e faltar dinheiro para o País, poderemos utilizar estas reservas para pagar nossas importações.

2 Comentários

  1. É natural a dívida crescer, o governo faz superávit primário quando deveria conseguir superávit nominal. O Rejultado é que o Estado brasileiro gasta cerca de 100 bilhões de reais em juros ou cerca de US$58 bilhões, o que dá 2 CPMFs e meia ao ano! É necessário diminuir o montante da dívida interna além dos juros. O problema é que o ônus será do governo que implementar tal política e o bônus do seu sucessor. Como o político age racionalmente maximizando os seus interesses, isto nunca acontecerá naturalmente.

  2. Urano, veja você que o superávit nominal é quase impossível, porque os juros da dívida não permitem. Os cortes nos gastos teriam que ser muito grandes. O primário já é algo que devemos dar graças a Deus. Aliás, na minha mania de teoria da com]nspiração, o primário só é feito por causa da pressão dos credores.
    Na sua linha de raciocínio, fazer superávit, primário que seja, é deixar a bola com o sucessor.
    Outro comentário sobre o superávit primário é que eu ouço um monte de gente falando “esse governo só fica fazendo superavit para pagar juros…” Essa turma queria o que? Ou paga a dívida ou não paga. Se a opação é por pagar, tem que fazer qualquer tipo de economia para pagar o papagaio.
    Perceba que nós não estamos pagando nem os juros inteiros. Parte deles vai para o saldo devedor. Por isso é que a dívida só fazr crescer como você bem destacou.
    Abraço

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