Há quem erroneamente (sob meu ponto de vista, obviamente) atribua a razoável tranqüilidade do nosso sistema financeiro ao Proer.
Este plano foi implementado há mais de 10 anos e teve seus efeitos à época. Ele não foi uma vacina, mas um tratamento pontual.
Nós passamos sem crise financeira grave no nosso sistema bancário graças às condições de baixa alavancagem, altos spreads e taxa básica de juros reais astronômica.
Não fossem esses fatores, nossos bancos estariam procurando rentabilidade por aí e, certamente, encontrariam nas operações que levaram a banca internacional à lona.
Para não dizerem que esqueci da bolha imobiliária, nós escapamos dessa e, de quebra, tivemos um freio na bolha de consumo que estava se formando no Brasil, graças ao aperto do crédito internacional. Com menos dinheiro disponível os bancos brasileiros resolveram apertar o financiamento do consumo. Imagino que esta última situação será muito boa para o sistema, que não verá taxas muito altas de inadimplência, ainda que ela se eleve mais do que está sendo informado no momento pelo Banco Central.