Hoje é dia 7 de setembro, dia da Independência, e o presidente Lula, em seu pronunciamento em rede Nacional ontem, dedicou quase que toda a sua fala ao pré-sal.
O presidente falou muito, também, da Petrobrás (que a turma que queria mudar o nome para Petrobrax, acabou por aceitar apenas tirar o acento, e eu insisto em manter). Sobre ela, registro que a nossa Petrobrás não é tão nossa assim. Quase 39% do capital social da empresa estão nas mãos de investidores estrangeiros, como pode ser visto na própria página da Petrobrás.
ADR (Ações ON) 1.362.171.380 = 15,5%
ADR (Ações PN) 1.312.148.016 = 15,0%
Estrangeiros (Resolução nº 2689 C.M.N) 733.580.727 = 8,4%
O Estado detém 32% do capital da companhia, e os tão falados trabalhadores, que usaram seu FGTS para a compra de ações da empresa, colhem apenas 2% dos seus frutos.
FMP – FGTS Petrobras 178.358.440 = 2,0%
Portanto, fica um pouco difícil associar o nacionalismo com a Petrobrás. Não tenho nada contra a participação estrangeira na empresa, mas a retórica nacionalista tem alguns limites que não deveriam ser ultrapassados. Principalmente porque, quem conhece o funcionamento dos ADR saber que o percentual de participação pode ser aumentado ou diminuído a qualquer momento, bastando que os estrangeiros dêm ordem para que se comprem mais ações de brasileiros.
Feliz 7 de setembro!