Quando veio a crise, as ações dos bancos despencaram em todo o mundo. Várias foram as ações dos governos para o resgate aos bancos de toda espécie e natureza.
Um ano depois de tudo que aconteceu, nos vemos às voltas com esta que se pretende a maior oferta pública do ano, com a ideia de captar algo entre 11 e 13 bilhões segundo a imprensa.
Como eu vejo isso? Bom, a princípio me parece que estamos vivendo uma situação diferente daquela em que o Banco Santander veio ao Brasil. Mais especificamente, no caminho de ofertar capital a um sistema financeiro em péssimo estado, resultante de uma transição entre os ganhos fáceis da inflação e o corte abrupto dessa fonte de renda ocasionado pelo Plano Real.
Provavelmente, em que pese o grande volume de recursos que virá do exterior (a maioria), os nacionais também irão “pingar” um dinheirinho na conta de confiança dos espanhóis. Aqueles que compartilharam a América do Sul com os Portugueses ficarão encarregados de cuidar dos recursos de vários acionistas novos e antigos do Banco.
Por outro lado, este reforço de capital é melhor do que se fosse feita uma outra “fusão” de bancos, piorando as péssimas condições de concorrência do mercado local.
Do ponto de vista de práticas comerciais, não vejo muita mudança pela frente, mas isso é papo de pessimista.
Lembro apenas que o País está passando por uma nova onda de ajustes no sistema econômico, uma vez que as taxas de juros estão chegando a níveis palatáveis (ainda que o consumidor não desfrute dessa redução na plenitude). A rentabilidade “passiva” das instituições, ou seja, aquela decorrente única e exclusivamente da aplicação de seu capital em títulos públicos, está cada vez mais minguada. Em breve, o tomador de crédito também vai tomar juízo e negociar melhor as taxas. Portanto, presenciaremos uma nova era de operações financeiras mais sofisticadas no Brasil.
Nesse ponto, vai o comentário final. Não nos demos bem nessa crise em função de outra coisa que não fosse a existência mínima de operações muito “esdrúxulas”. Estávamos fazendo o feijão com arroz do sistema financeiro que é captar e emprestar com margens indecorosas. Se dizem que o nosso arcabouço era sólido, eu digo: nem tanto. Umas poucas estripulias realizadas por empresas levaram gigantes a pedirem arrego e correrem para a viúva (leia-se: nosso dinheiro na forma de impostos).
O problema não foi maior porque se tratava de empresas não financeiras. Se a corda tivesse roído para o outro lado, o presidente do Banco Central teria de ter ido definitivamente curtir sua carreira política ou a aposentadoria.
Falando em Política, o Governador de GO quer o Presidente do BC como seu sucessor, pelo PP, mas dizem por aqui que o Anapolino (Anápolis-GO é a cidade Natal de Meirelles) tema o veterano Íris Resende Machado (PMDB), em plena forma aos 76 anos, que poderá deixar a Prefeitura de Goiânia e concorrer ao Governo Estadual. Talvez, por isso, Meirelles ainda não se filiou a partido político em GO