Sempre na contramão

Estava conversando com um amigo que neste sábado passado ministrou um curso sobre o mercado de ações (o que são ações). A lista de inscrições para o curso estava bem menor do que nos momentos de alta da bolsa. Aliás, se virmos a quantidade de saques em fundos de ações e o número de investidores pessoa física na bolsa, veremos que as pessoas realmente têm um comportamento totalmente adverso a elas próprias.

De uma maneira geral, elas só entram na bolsa na hora que as notícias estão em todos os jornais de que o negócio é mirabolante. A lista de milionários da bolsa se expande e sempre aparece aquele cara com pinta de vencedor encostado em alguma parede e com os braços cruzados, no velho clichê fotográfico (vai ver que eu até tenho uma foto assim).

Por outro lado, os que estão entrando tardiamente, acabam por adquirir o papel a um preço exorbitante e transformar aquilo que até então era apenas escritural em algo material, isto é, o que estava apenas nos números vira dinheiro vivo. A ação finalmente é vendida a um desinformado e o vendedor leva o dinheiro para casa.

Sem novos desinformados para comprar papéis que não tinham de fato aquele valor, o novato se desespera e vende tão logo possa sua carteira. Amargando, em geral, um prejuízo bacana.

A hora em que, de fato, as pessoas deveriam estar-se informando e se preparando para ter acesso consciente ao mercado, elas estão deixando de lado a oportunidade.