Já fiz uma série de comentários sobre os cuidados que se deve ter com a consultoria, incluindo aí os gerentes de banco, motivo pelo qual faço esta postagem de ressalva, apontando a importância desses profissionais.
Eu trabalhei muito com a equipe de vendas do banco que foi meu primeiro empregador e que muito me ensinou. Quando falo equipe de vendas, incluo os gerentes de agência e o pessoal de atendimento mais próximo do cliente.
As estruturas sofreram alguma alteração, mas continuam muito próximas do que vivenciei. Mas o que interessa mesmo é saber como utilizar (no bom sentido) os serviços que um gerente pode prestar a você. Uma máxima da época era a seguinte: “Banco é gerente”.
Sei que no mundo de hoje, com a abundância de tecnologia e dos nomes em inglês (call center, customer service, etc.), muito pouca gente se relaciona com esses profissionais. Isso não deveria ser assim. Um bom gerente é a “salvação da lavoura”.
Aproveito até esta oportunidade para falar sobre os que me atenderam e atendem no banco em que tenho conta. Por ser um banco público, era de se esperar que eu não tivesse tanta atenção quanto tenho. Aliás, são gerentes muito mais competentes que muitos dos que conheci na iniciativa privada (aí, Gilberto, tá me devendo uma), embora lá também tenha visto alguns brilhantes.
Voltando à vaca fria, o gerente é o seu elo pensante no relacionamento bancário, uma vez que não pede senha para dar informação.
O primeiro ponto do gerente é procurar conhecê-lo pessoalmente. Tire um tempinho e vá até a agência. Conheça-o, mas lembre-se que ele tem que ganhar dinheiro para o banco, senão perde o emprego para outro que o faça. Assim, conheça-o, mas não tome tempo, nem o dele, nem o seu.
A empatia é fundamental, embora gerente que se preze tenha um bom relacionamento com todo mundo. Se bobear, só assiste jogos da Seleção que é para não criar desconforto com os clientes (ou então torce para um time que está na terceira divisão).
Ele vai sempre tentar lhe vender uns produtinhos de capitalização ou de previdência privada, que é meio “de lei”, mas você pode tentar dar a volta nele com muito conforto dizendo que leu aqui no blog que título de capitalização é uma roubada. Provavelmente ele irá olhar para os lados e dizer que você tem razão. Se ele disser que estou falando bobagem, desconfie (risos).
Para continuar a conversa, pergunte o que ele indica para você ganhar um dinheirinho e o banco não. Ele irá rir, mas vai mostrar muita coisa interessante para você. Compartilhe com a gente!
Peça também uma cotação de seguros (nessa quem vai querer me pegar são os corretores, mas calma, em breve escrevo algo para eles também). Não que você vá fechar qualquer negócio, mas é uma oportunidade de conferir os preços e avaliar se pagar um pouquinho mais caro pode valer a pena em função do tratamento que ele lhe dispensa.
Uma informação que o gerente vai lhe fornecer com bastante qualidade é a parte de incidência de impostos sobre as aplicações. Peça sempre que ele mande por escrito (e-mail, etc.), porque ele buscará esta informação nas áreas técnicas dos bancos, que têm tudo muito bem explicado.
Finalmente, lembre-se que na hora do crédito ele pode dar uma mãozinha, embora os sistemas dos bancos estejam muito bem desenvolvidos e o seu limite já é atribuído automaticamente.
Cote sempre outros bancos, mas insista em perguntar ao seu gerente qual a melhor forma de fazer um empréstimo de determinada quantia. Informações importantes podem ser dadas a você.
Na pior das hipóteses, você estará colocando mais uma pessoa no seu círculo de conhecimento (adicione-o no Orkut ou faça-o seguir você no Twitter).
Oi Beto, muito boa a postagem. O assunto é de grande valia para todos nós e você escreveu muito bem, estou aguardando a segunda aula. Bjs
Olá, Janaina,
Muito obrigado pelo seu comentário. Fiz uma correção no título, porque acho que não é uma aula, mas uma abordagem.
Bjo do Beto
Obrigado pelos comentários, fico orgulhoso e responsável em manter o nível da qualidade do atendimento aos meus clientes.
Abraço
Muito boa a sua matéria e vou alem em outra observação rs… pra dar uma forcinha no momento de preitear emprestimo, ofereça ao gerente algum presentinho $$$ vai que cóla kkk
brincadeirinha
Olá, João,
Ainda bem que você fez a ressalva.
Abração do Beto
Beto, eu tive uma experiência muito interessante com a gerente da minha conta no grande banco público num bairro estudantil de Goiania. Como esse banco é super burocrático (e a gerente da minha conta nem se fala!) e a minha paciência já tinha se esgotado eu disse pra ela que admirava-me muito que os hospícios no Brasil não fossem mais cheios pois a burocracia que impera no país (moro no exterior) é de enlouquecer. Eu não disse nada pessoal contra ela.
Sabe o que ela me respondeu apesar de todas as aplicações que tenho lá com eles?
“Não são tantos assim pois nós aqui somos fortes. Os fracos “fogem” todos para o exterior”.
Apesar de isso ter acontecido há 6 meses quando estive aí, ainda está atravessado na minha garganta. Depois dessa tive vontade de investir seriamente na indústria bélica russa e comprar uma kalashnikov. Sério!
Olá, Malu,
Obrigado pelo comentário, mas tenha paciência que a situação não é só assim em bancos públicos. Pode crer.
Abraço do Beto
Ah… esqueci-me de agradecer-lhe por suas dicas. São ótimas! Sendo “um zero a esquerda” em questões de finanças tenho me orientado por você. Qual não foi minha surpresa quando na semana passada recebi quarenta e poucos Reais de juros por aplicação feita no Tesouro Direto. Nem sabia que receberia alguma coisa antes do final do prazo em 2013. Espero não ter feito nenhuma bobagem. rsrsrs