Esta frase não é minha. Aliás, quando o Vice-presidente José de Alencar a pronunciou, creio que também repetia um dizer de seu pai. Realmente, o exemplo da Grécia nos mostra isso.
Fazer uma vida com base em dívidas compromete o arbítrio do devedor. As decisões fogem da alçada exclusiva dele, passando ter que considerar também os interesses do credor, mesmo que este sequer fale com o devedor.
Parece estar tudo bem na Terra de Santa Cruz, mas nós devemos mais de R$ 1,4 trilhão de reais. Aliás, o político que será responsável pela liquidação da dívida não está ainda no poder. Pior que isso, não está no poder sequer aquele que vai enfrentar um problema de liquidez, tal qual o da Grécia.
Como bem ressalta o atual Presidente, as finanças do governo devem ser tratadas tal qual as finanças de casa (ou as pessoais). Não se pode gastar mais do que se ganha.
Hoje, quando falamos de impostos, temos que nos lembrar que eles são suficientes para pagar o custo de administração do governo mais os investimentos, e um pedacinho dos juros da dívida. Isso quer dizer que, todo mês, além do saldo devedor daquele mês, temos que agregar à dívida a parte dos juros do mês anterior que não foram pagos. E isso tem que ser feito todo mês!
Os custos político e social de pagamento de uma dívida deste tamanho, com as taxas de juros que temos, são bem altos, mas este era um assunto para ser discutido mais abertamente. Ele deveria ser o tema principal da campanha presidencial. Como liquidar a dívida pública brasileira e impedir que ela atinja patamares nos quais hoje se encontra novamente. Mas isso é um pouco demais para a compreensão da maioria da população do País. É bem mais fácil ficar falando: “o imposto que nós pagamos é incompatível com o serviço público recebido”. Um comentário ineficiente e incompleto.
Tomara que, com relação à ideia do bom orçamento doméstico, ela sirva de exemplo para os governantes e não o contrário.