O superendividamento tem origem em várias causas, dentre elas uma perda de renda inesperada ou um gasto, igualmente imprevisto. O tratamento é muito custoso do ponto de vista emocional. Embora no campo psicológico haja uma necessidade de um “pagamento” elevado em uma única vez, para resolver o problema, é melhor enfrentá-lo para evitar o “pagamento” parcelado do estresse enorme causado por uma situação fora de controle. Sem contar, é claro, o custo financeiro resultante das altíssimas taxas de juros.
Embora não tenhamos muito a sensibilidade para um quadro de superendividamento quando estamos vivendo com as contas sob controle, ao recebermos questionamentos, como o que reproduzo abaixo, realmente verificamos o drama de quem chega a esta situação.
O superendividamento pode ser definido, em termos econômicos, como uma situação na qual a renda é inferior aos gastos mensais.
Vamos ao caso do Roberto, que lançou esta mensagem na seção de dúvidas do blog:
Olá eu que eu gostaria de saber é o seguinte no conhecimento de vocês há alguma solução para sair do vermelho, mas nesta situação que vou descrever:
Estamos com uma divida que gera em torno de 30.000 reais em cheque especial e cartões de crédito. Eu estou a um bom tempo desempregado só fazendo pequenos trabalhos de Design só minha esposa esta conseguindo segurar as pontas e para facilitar estou com uma paralisia facial que me impede de arrumar emprego e tenho que gastar com o tratamento com remédio caro e tenho remédio que tenho que tomar até o fim da vida todo o mês que curta caro também .
Temos algumas dívidas fixas como financiamento do apartamento, do carro fora os gastos com condomínio, alimentação e escolinha do neném e luz gás (telefone já cortamos o ruim é que não conseguimos ver de onde poderíamos tirar dinheiro para quitar todas estas dívidas os nomes estão no Serasa.
Bom, será que tem solução ou neste caso não pode ser feito e é deixar o barco afundar para valer?
Podemos esquecer os cartões por momento deixando a divida crescendo (como já está com juros ) e tentar eu disse tentar resolver os cheques especiais que também cresce muito rápido?
Na verdade não quero ficar devendo, mas tenho que saber se tem solução, pois há um ano sem conseguir trabalhar e agora doente ficou mais difícil, mas preciso saber se vcs como conhecedores (sei que para vcs uma situação desta é inconcebível pelo conhecimento que vc s já tem do lado financeiro ), mas isso aconteceu e só não sei como sair.
Resumo financeiro
Divida hoje é 30.000
Gasto mensal é de aproximadamente 4.000 sendo uns 70% contas fixas que não tem como alterar .
Ganho mensal é de 3.118 vindo a ficar 2.418 a partir de fevereiro de 2010.
Agradeço desde já atenção de todos e se puderem me dar uma Luz agradeceria!
Obrigado!
Roberto
Caro Roberto, gostaria inicialmente de registrar o meu sentimento com a sua situação de saúde. Desejo sinceramente melhoras.
Com relação ao seu outro problema, que é o financeiro, vamos começar tendo em mente que para quase tudo há solução, e o seu caso é um dos que se inclui na maioria que pode ser resolvida.
A principal causa do seu superendividamento é descrita com clareza por você: está ganhando menos do que o custo mensal da sua família. Nesse caso, pelo seu relato, há algumas coisas que precisam ser pensadas, para parar com esta “sangria”, causada pelo endividamento.
Você afirma que já cortou o que é possível, mas eu creio que ainda há certas coisas que não podem ser mantidas. A primeira, é o carro. Infelizmente, você não tem a menor condição de manter um carro nesse momento. Principalmente pagando prestações. Venda-o o mais rápido possível. Carro é um luxo que está causando custos, levando você ao cheque especial.
Outra dúvida que tenho diz respeito ao imóvel. Talvez seja a hora de você avaliar a venda para o pagamento da dívida cara do cheque e do cartão, fazendo com que esses custos sejam reduzidos. Sugiro, todavia, que já comece com o carro.
A compra de um imóvel nem sempre é uma decisão acertada, principalmente quando temos poucos recursos ou a nossa renda é muito próxima do gasto. A sonhada “casa própria” só pode ser pensada quando se tem uma uma estrutura financeira estável.
Talvez você tenha que se mudar para um bairro mais barato, não sei este é o seu caso, mas é importante levar isso em conta.
Finalmente, a negociação dos créditos caros, trocando-os por opções mais baratas, como um consignado para a sua esposa, que está trabalhando, ou uma outra modalidade parcelada, colocada ao banco como uma necessidade para que ele receba o que lhe emprestou. Nesse momento, aconselho que procure o Procon que, na maioria das cidades, provê este serviço de reestruturação de dívidas de modo gratuito. Eu tenho muita preocupação com as pessoas que já estão cheias de encargos e acabam tendo que pagar por serviços de renegociação de empréstimos. Procure o Procon.
Bom, estas são as sugestões que posso dar para o seu caso, de acordo com o que você comentou, aproveito para desejar-lhe mais saúde e boa sorte na solução do seu problema.
É, Beto, a matemática financeira não permite nem argumentos…
O correto mesmo é tentar reduzir ao máximo os juros de Cartões de Crédito. Negocie, relute, lute!!! E, corte todos a partir de agora…ficando apenas com seus números para quando for ligar na operadora!!!
Olá, Moisés,
É muito importante manter o controle e negociar, sempre.
Abraço do Beto
Eu ainda me pergunto como foi que ele chegou nesse ponto! Para que eu não cometa o mesmo “erro”
Boa sorte, Roberto! 🙂
Caro Beto Veiga!
Boa Noite!
Eu pretendo trocar o meu carro em 2012 e estou sinceramente em dúvida, pois sempre compre carro zero km e observei numa num livro o qual o autor recomendava a aquisição de um carro semi-novo com no máximo com 1 ano de uso (e também com no máximo 5 mil km de uso), pois segundo ele a depreciação do carro zero varia de 10 à 30% no primeiro ano e é justamente ai que eu poderia ganhar na comprar de um carro usado. Sem falar também nos acessórios que vem no carro e constuma-se não ser cobrado na compra de um usado (segundo o autor)? E ai o que recomenda?
Grato,
Márcio
Olá, Márcio,
Eu acho que, sob o aspecto estritamente de finanças pessoais, a compra do carro usado é mais racional. A do carro novo é mais emocional.
Abraço do Beto