As pessoas falam muito mal dos coitados dos seres humanos. De certo modo, eles têm razão, mas, no mundo animal, há piores.
Sem querer fazer críticas levianas às pessoas que denominam os outros de “víboras”, “cobras” ou afins, relato uma curiosa atitude de um pardal (isso mesmo, um pardal), com relação ao alimento.
Estava este que vos escreve observando um jogo de futebol do filho quando surge um pardal trazendo no bico uma batata frita. Curiosamente, ele já estava transportando aquele alimento por alguns metros e, comparado ao porte físico do pássaro, imagino o esforço empreendido.
Parando à minha frente, ele começou a comer a tal batata, olhando para um lado e outro como quem estivesse querendo fazê-lo sozinho.
Eis que surge outro companheiro de espécie para “compartilhar” a merenda, levando o primeiro pássaro a sair dali imediatamente, buscando novo lugar em que pudesse ficar isolado.
Podemos chamar a isso de egoísmo, puro e simples. Ele não estava nem aí para o fato de que havia um outro “companheiro” faminto ao seu lado, pedindo-lhe um pedaço de pão. Além disso, a menos que seu estômago fosse totalmente desproporcional ao corpo, aquela batata seria mais do que suficiente para alimentar os dois. Mas dividir, nem pensar. Primeiro eu como e depois, se sobrar, fica para quem chegar depois.
Um comportamento assim no mundo dos humanos é inaceitável, a menos que se esteja em estado de necessidade, situação na qual até mesmo tirar a vida de um semelhante pode receber outro tratamento pela lei.
Sim, o egoísmo é da natureza. Farinha pouca, meu pirão primeiro. O controle social é que nos faz parecermos um pouco menos o que realmente somos. Ainda bem!
Beto,
Permita-me discordar dessa parte: “O controle social é que nos faz parecermos um pouco menos o que realmente somos.”
O que realmente somos, na minha opinião, é tema
para uma vida inteira de reflexão. Existe visões bem inspiradoras, como a exposta no seguinte
videozinho, espero que goste!
http://www.aish.com/v/sp/85947782.html
Abraço,
Éverton